Agência Efe
Conflito entre Israel e palestinos já causou centenas de mortes na últimas semanas; civis são principais vítimas
Mesmo com a escalada de violência entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza, iniciada no começo de junho, 31 brasileiros permanecem em suas casas. De acordo com o Escritório de Representação do Brasil na Autoridade Nacional Palestina, em Ramala, na Cisjordânia, os que continuam na zona de conflito alegam motivos pessoais, familiares, “ou não ter para onde ir e até medo de sair de casa”.
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Outros 12 brasileiros que moram no local – sendo 11 de duas famílias, primas entre si, e uma mulher cuja família já estava no Cairo – atravessaram a fronteira para o Egito. Uma freira brasileira foi para Belém, na Cisjordânia, e mais duas mulheres, mãe e filha, serguiram para a Jordânia. Quando o conflito se iniciou, a representação brasileira entrou em contato com os brasileiros na região e, em seguida, com a Organização das Nações Unidas (ONU) e as autoridades dos países para onde os brasileiros pretendiam se deslocar.
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Entre os brasileiros, poucos são nascidos no Brasil e os outros herdaram a cidadania brasileira por serem filhos de brasileiros ou de palestinos que viveram no Brasil e conquistaram a cidadania depois de um tempo. Com exceção das duas mulheres que foram para Amã, na Jordânia, os demais brasileiros tiveram de se deslocar por conta própria até a fronteira. Mãe e filha tiveram auxílio da ONU e foram transportadas em um comboio com vários estrangeiros. Todos os deslocamentos são feitos em “janelas de oportunidade” ou “tréguas humanitárias”, como são chamados os curtos períodos de cessar-fogo.
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Vários relatos, no entanto, indicam que muitos estrangeiros, incluindo brasileiros que permanecem em Gaza, têm medo de sair de casa até mesmo para deixar a região. O risco de se tornarem alvos existe. Das mais de 950 mortes registradas até o 19º dia do conflito, mais de 70% referem-se a civis, segundo a ONU. Escolas e igrejas, que servem de refúgio, estão lotadas. Com 41 quilômetros (Km) de cumprimento e de 6 km a 12 km de largura, a Faixa de Gaza tem área total de 365 km², quatro vezes menor do que o município de São Paulo.
Poucos minutos antes de Israel e Hamas darem início às 8h locais (2h de Brasília) de hoje (26) um cessar-fogo humanitário de 12 horas, pelo menos 12 civis morreram e outros 50 ficaram feridos durante um bombardeio israelense contra um edifício residencial ao sul da Faixa de Gaza.
Ainda nesta madrugada, a escalada de violência na Cisjordânia – território palestino situado à leste de Israel – resultou na morte de pelo menos 5 palestinos que protestavam contra o Exército de Tel Aviv e contra a atual operação “Margem Protetora”, em funcionamento desde 8 de julho.
Durante a trégua humanitária, serviços de emergência encontraram na manhã deste hoje ao menos 130 corpos de homens, mulheres e crianças em escombros. Tais buscas elevaram o número de mortos para 1.030, aponta o Ministério da Saúde de Gaza, citada pela Efe.
Paralelamente, a Cisjordânia foi palco de diversas manifestações de repúdio às medidas tomadas pelo governo e pelo Exército israelense em Gaza. Segundo a Al Jazeera, milhares tomaram as ruas em cidades como Hebron e Belém. Em resposta, as Forças Armadas de Tel Aviv usaram gás lacrimogêneo e outros mecanismos para dispersar a multidão.
(*) Com Agência Brasil