Atualizada às 11h45
O exército israelense anunciou a abertura de uma trégua humanitária de quatro horas a partir das 15h locais (9h de Brasília) em Gaza, informou nesta quarta-feira (30/07) um porta-voz das Forças Armadas. Em um breve comunicado, o exército israelense informou sobre a “autorização de uma janela temporária na Faixa de Gaza” entre 15h e 19h locais. A cessação da ofensiva israelense, no entanto, “não será aplicada nas áreas onde os soldados do Exército estão operando atualmente”.
Além disso, segundo a nota, “os residentes não devem retornar às zonas que foram previamente evacuadas” pelas Forças Armadas de Israel, que deslocaram cerca de 200 mil pessoas no interior da Faixa, as quais buscam abrigo em casas de familiares ou em escolas da ONU, que, por sinal, também são alvos de ataque.
Agência Efe
Palestinos inspecionam antiga sala de aula de colégio da ONU atingido por ataques de Israel.
Fontes militares assinalaram que as razões para esta pausa, “que de modo algum é um cessar-fogo”, são puramente humanitárias. “O Exército responderá a qualquer tentativa de aproveitar desta janela humanitária para danar civis ou soldados israelenses”, ressalta o documento.
Até o momento, segundo os últimos dados apresentados pelo Ministério da Saúde de Gaza, 1.279 palestinos morreram na Faixa e mais de 6.700 ficaram feridos. Somente desde a meia-noite, 67 pessoas morreram em Gaza, 15 delas em um ataque da aviação israelense contra uma escola da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), informou a agência de notícias Ma'an.
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Lei internacional
A secretária-geral adjunta das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, classificou nesta quarta-feira como “grave violação da lei internacional” o bombardeio de uma escola da ONU em Gaza. O centro atingido acolhia mais de 3.200 palestinos em uma das escolas que as Nações Unidas mantêm no campo de refugiados de Yabalia.
“Estou assustada com a intensidade e a violência em Gaza após uma breve trégua humanitária. Hoje outra escola da ONU que servia como refúgio foi atacada em uma grave violação à lei internacional. Mais crianças e civis assassinados e feridos”, afirmou Amos, citada em comunicado.
A alta funcionária lembrou que ontem a sede central do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) em Gaza foi atacada cinco vezes durante um período de 60 minutos, e lembrou que a única central elétrica da Faixa foi destruída.
“A usina elétrica não estará operando no futuro próximo, o que deixará a maioria das casas com uma média de duas horas de eletricidade por dia”, contou. Amos ainda lembrou que os civis de Gaza precisam de água, comida, assistência médica e refúgio e as organizações humanitárias estão fazendo o que podem para ajudá-los.
Já há mais de 250 mil pessoas deslocadas internas, – mais de 10% da população da faixa – a maioria refugiada em centros da ONU, afirmou Amos, e os números não param de crescer dado que a ofensiva militar israelense se intensifica. “Dado que a situação humanitária se degrada, as necessidades crescerão”.
(*) Com informações da Agência Efe