Após pedido feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a Ucrânia diz ter suspendido nesta quinta-feira (31/07) as operações militares no leste do país para permitir a continuidade da investigação internacional sobre as causas do acidente com o avião da Malaysia Airlines. Os manifestantes separatistas, no entanto, negam que a trégua tenha sido acordada mutuamente e denunciam que Kiev segue realizando ações na região de Donetsk.
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Agência Efe
Morte dos 194 holandeses seguem gerando comoção no país, que pediu colaboração de Haia
Os investigadores internacionais da Osce (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) disseram ter sido surpreendidos por fogo de artilharia, o que impede a realização dos trabalhos. De acordo com os relatos, vários projéteis explodiram a cerca de cem metros do local em que trabalhavam os analistas, como informou a agência russa RIA Novosti.
Os analistas tentam, há quatro dias, acessar o local do acidente. Os militantes pró-russos não tinham informação sobre a chegada dos investigadores e, após tomarem conhecimento do fato, afirmaram que “o Exército ucraniano não deixou de combater [na região]. Neste momento, o Exército ucraniano é o único que obstrui” a investigação, como informou a agência Interfax.
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Diante da falta de solução para o impasse, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, pediu em Haia o acesso ao local do desastre e enviou uma equipe com 69 especialistas para a Ucrânia.
Violência
De acordo com autoridades municipais de Lugansk, cidade separatista na Ucrânia com cerca de meio milhão de habitantes, mais de 100 civis já morreram na região vítimas dos combates entre forças oficiais ucranianas e os separatistas pró-Rússia.
Agência Efe
Vista de uma casa destruída em Donetsk; 19 pessoas morreram e 31 foram feridas na região nas últimas 24 horas
“Somente ontem morreram três pessoas inocentes, entre elas um adolescente de 15 anos”, lamentou a assembleia municipal da autoproclamada República Popular de Lugansk, como informou a agência Efe.
“O abastecimento de mantimentos à cidade foi suspenso, as reservas diminuem todos os dias. As lojas só vendem os alimentos que lhes restam no estoque” com exceção do pão, advertiu também a assembleia de Lugansk, que exigiu várias vezes que Kiev encerre a operação militar na região.
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Dezenas de prédios residenciais, casas e edifícios públicos foram danificados ou destruídos nos últimos dias, alvos do fogo de artilharia de ambos os lados.
De acordo com o jornal ucraniano Kiev Post, 363 soldados ucranianos morreram e 1.434 ficaram feridos desde o início do confronto.