O Exército israelense afirmou nesta sexta-feira (1º/08) que um de seus soldados foi sequestrado durante uma operação na Faixa de Gaza. A informação foi confirmada por um militar à agência Ma’an. A ação foi prontamente atribuída ao Hamas, que confirmou a autoria do ataque, mas negou a captura. Desde o anúncio do suposto sequestro, dezenas de palestinos foram mortos na região.
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Agência Efe
Pelo menos 70 palestinos morreram e 200 ficaram feridos após os ataques a Rafah na Faixa de Gaza hoje
“Indicações iniciais sugerem que um soldado [israelense] foi sequestrado por terroristas” durante a desativação de um túnel, disse um comunicado do Exército israelense. Na operação, dois militares morreram.
O jornalista Amos Harel, em artigo publicado no jornal israelense Haaretz, avaliou que o fato “provavelmente aumentará a pressão pública sobre o governo para uma resposta com o uso de mais força em Gaza”. De acordo com Harel, pesquisas de opinião indicam que 80% da opinião pública israelense apoiam a expansão da operação terrestre na Palestina.
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Assim que o anúncio do sequestro foi feito, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou que fará o possível para ajudar a libertar o soldado capturado.
O Hamas confirmou que suas forças realizaram o ataque, mas negaram qualquer conexão com a captura e contestaram veementemente a cronologia dos eventos narrados por Israel, argumentando que o mesmo não ocorreu durante o período do cessar-fogo.
Sequestros
Em resposta ao ataque, as forças de Israel iniciaram uma artilharia massiva no leste de Rafah com pelo menos 70 mortos e mais de 200 feridos após o suposto sequestro.
O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, afirmou pela manhã que o ataque ocorreu antes do início do cessar-fogo porque “não havia nenhum soldado israelense no leste de Rafah nos últimos 20 dias; mas assim que o cessar-fogo foi anunciado, Israel se movimentou na área”. De acordo com o grupo, o Exército israelense se moveu por 2,5 quilômetros no leste de Rafah.
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O líder do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, disse ao canal France 24 que “Israel alega que um soldado foi capturado para esconder seus crimes e desviar a atenção da opinião pública”.
O suposto sequestro ocorrido hoje é o segundo desde o início da chamada Operação Margem Protetora ou Penhasco Sólido, há 24 dias. No dia 20 de julho, militantes do Hamas afirmaram que Oron Shaul foi capturado. A informação foi negada por Israel no início, mas posteriormente houve a confirmação de que ele foi morto. Seu corpo não foi encontrado até o momento.
O último soldado israelense capturado pelo Hamas foi Gilad Shalit, em 2006. Ele ficou detido por cinco anos na Faixa de Gaza. Após um acordo em 2011, foi trocado por mais de mil palestinos detidos por Israel. Dezenas deles foram recapturados durante a operação.