Os combates entre a polícia de Ferguson, nos EUA, e manifestantes que protestam contra o assassinato do adolescente Michael Brown continuaram durante a madrugada do sábado para o domingo (17/08). Os oficiais dispararam bombas de fumaça e gás lacrimogênio contra uma multidão que permaneceu nas ruas após o toque de recolher. Pelo menos uma pessoa ficou gravemente ferida e outras sete foram detidas.
Um grupo de aproximadamente 150 pessoas que entoavam “não há Justiça, não há toque de recolher”, continuou nas ruas após vencer o prazo de meia noite dado pelas autoridades. Oficiais em cinco veículos informaram o grupo da necessidade de dispersão imediata, enquanto a multidão gritava “temos o direito de nos reunirmos pacificamente”. Pouco depois, os oficiais dispararam as latas de gás contra os manifestantes.
Agência Efe
Oficiais da polícia acompanham manifestação antes da implantação do toque de recolher
“Obviamente, nós estamos tentando dar-lhes todas as oportunidades para cumprir o toque de recolher”, afirmou John Hotz, porta-voz da patrulha policial. Antes dos disparos de gás, Jayson Ross, líder dos manifestantes durante a última madrugada, disse que “eles [policiais] têm armas. Nós também temos armas. Estamos prontos”.
O governador de Ferguson, Jay Nixon, afirmou que não irá permitir que um “grupo de saqueadores” ponha a comunidade em perigo. “Precisamos primeiro ter e manter a paz. Este é um teste. Os olhos do mundo estão assistindo”, disse.
A polícia divulgou um vídeo que mostra o adolescente roubando um maço de cigarros em uma loja de conveniência, pouco antes de ser morto. Entretanto, Thomas Jackson, chefe da polícia de Ferguson, afirmou que o adolescente não foi abordado por causa do incidente na loja e que o policial que disparou a arma não sabia que ele era um suspeito de roubo.
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O jovem negro Michael Brown foi atingido por um tiro no último dia 9, enquanto caminhava desarmado com um amigo pela rua. Desde a morte do adolescente o clima de tensão racial se intensificou pelo país, e motivou uma série de protestos reprimidos com truculência.
Na quinta-feira (14/08), repórteres do Washington Post e do Huffington Post foram presos dentro de um McDonald’s, enquanto cobriam as manifestações. Na sexta-feira (15/08), a polícia dos Estados Unidos identificou o oficial branco, Darren Wilson, responsável pela morte de Brown.