O parlamento não eleito da Tailândia escolheu nesta quinta-feira (21/08) como primeiro-ministro o general Prayuth Chan-ocha, chefe da junta militar que tomou o poder em um violento golpe de Estado em 22 de maio.
Prayuth, de 60 anos, foi nomeado com 191 votos a favor, três abstenções e nenhum contra na Câmara constituída no início de agosto com mais da metade de suas cadeiras ocupadas por militares da ativa ou da reserva.
Reprodução
Chan-ocha foi nomeado primeiro-ministro por parlamento metade composto por militares
Três deputados não participaram da sessão que entregou as rédeas do Executivo a Prayuth, que também é chefe do Exército.
Entre os membros da assembleia estão Preecha Chan-ocha, irmão do chefe da junta militar, Prayuth Chan-ocha, e Patcharawat Wongsuwan, irmão de Prawit Wongsuwan, outros líderes do golpe de estado do 22 de maio.
NULL
NULL
O primeiro-ministro deve nomear um governo interino em setembro que, segundo a imprensa local, incluiria os principais dirigentes da junta militar. Entre eles, estão Anupong Paochinda, antecessor de Prayuth como chefe do Exército, que seria nomeado vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, e o comandante supremo das Forças Armadas, Tanasak Patimapragorn, que assumiria Relações Exteriores.
O novo parlamento foi aprovado em julho, uma semana depois que entrou em vigor a Constituição interina na qual os golpistas se outorgam todo o poder para criar uma “democracia genuína”, além de garantirem para si mesmos uma anistia.
A junta militar pretende realizar uma série de reformas políticas, sociais e econômicas que, anunciaram, culminarão em outubro de 2015 com a convocação de eleições parlamentares livres e justas.
A Tailândia sofreu 12 golpes de Estado e sete tentativas desde o estabelecimento da democracia, em 1932.
O último levante é fruto da grave crise política que arrastava o país desde o golpe militar que derrubou o primeiro- ministro Thaksin Shinawatra em 2006 e que se traduziu nos anos seguintes em grandes manifestações contra o governo.
A União Europeia e Estados Unidos pediram às autoridades tailandesas que restaurem o mais rápido possível a legalidade democrática de suas instituições.