Atualizada às 16h06
O Reino Unido condenou nesta segunda-feira (01/09) a decisão anunciada pelo governo israelense de ocupar 400 hectares pertencentes a cinco aldeias palestinas na Cisjordânia, argumentando que o gesto irá prejudicar seriamente a reputação internacional de Israel. A área corresponde a cerca de 400 campos de futebol.
Na tarde de domingo (31/08), a administração civil de Israel na Cisjordânia anunciou a construção de um novo assentamento chamado Gvaot na região próxima a Belém. Segundo a organização Peace Now, que monitora esses assentamentos, trata-se da maior apropriação israelense de terras da Cisjordânia em 30 anos.
Efe
Região do assentamento de Gvaot, próxima a Belém na Cisjordânia: decisão ilegal segundo o direito internacional
“Esta é uma decisão particularmente insensata, que chega em um momento no qual a prioridade deve ser um cessar-fogo em Gaza, e irá causar sério estrago na posição de Israel na comunidade internacional”, disse o secretário das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, em comunicado citado pela Reuters.
Ontem, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) denunciou a ocupação israelense e assegurou que, com esta estratégia, Israel mostra sua rejeição à saída do conflito através da solução de dois Estados. “A notificação representa claramente a intenção deliberada de Israel de acabar com a presença palestina sobre a terra e impor obstinadamente e 'de fato' a solução de um Estado”, criticou Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da OLP, em nota divulgada por seu escritório.
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A tomada dos terrenos segue a decisão do gabinete do governo israelense como mais uma resposta ao sequestro e assassinato de três judeus adolescentes, supostamente por militantes do Hamas na região, em junho.
A ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, criticou a decisão em uma rádio local na noite de ontem, afirmando que o ‘timing’ do anúncio foi impróprio. “Qualquer coisa que possa desviar a atenção em relação a nós e despertar críticas contra nós fere as mesmas coisas que estamos tentando alcançar”, apontou, segundo o Haaretz.
Cerca de 500 mil judeus israelenses vivem entre os 2,4 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.