Promotores na Alemanha acusaram Oskar Groening, 93 anos, de ser cúmplice de pelo menos 300 mil assassinatos no período em que atuou como guarda em Auschwitz, reportou a Associated Press nesta terça-feira (16/09).
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Groening é acusado de ajudar a operar o campo de extermínio na Polônia ocupada pelos nazistas, entre maio e junho de 1944, quando 425 mil judeus provenientes da Hungria foram levados para lá e ao menos 300 mil foram mortos em câmaras de gás.
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Portão de entrada de Auschwitz traz os dizeres: 'arbeit macht frei' ou 'o trabalho liberta'
Segundo os promotores, o guarda era responsável por administrar os pertences roubados das vítimas nos campos. Entre outras funções, Groening ajudava a coletar e contabilizar o dinheiro que era encontrado entre os prisioneiros.
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“Ele ajudou os nazistas a se beneficiarem economicamente da situação, além de apoiar os assassinatos sistemáticos”, alegaram os promotores estaduais na cidade de Hannover, em comunicado.
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Groening falou abertamente sobre o período em que serviu como guarda e argumentou que testemunhou “atrocidades horríveis”, mas que ele próprio não cometeu nenhum crime.
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O réu é um dos cerca de 30 ex-guardas de Auschwitz analisados pelos promotores na Alemanha. Trata-se do quarto caso investigado em Hannover: dois foram arquivados, porque os suspeitos foram considerados inaptos para o julgamento, e um foi fechado quando o suspeito morreu.
Thomas Walther, representante de 20 vítimas de Auschwitz no processo contra Groening, declarou que esta era sua última chance “de trazer justiça a um dos homens da SS que participou do assassinato de seus parentes mais próximos”. “Muitos dos co-autores estão entre os últimos sobreviventes de Auschwitz”, acrescentou.