Em processo histórico, os escoceses decidiram na sexta-feira (19/09) – por 55% de votos “não”, contra 45% de “sim” à independência – que seguirão fazendo parte do Reino Unido. O resultado do referendo é o principal destaque desta semana em Opera Mundi.
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Defensores do “não” comemoram resultado do referendo
Na quinta (18/09), quatro milhões de escoceses responderam à pergunta: “A Escócia deveria ser um país independente?”. Caso a maioria votasse pelo “sim” no referendo, a Escócia colocaria fim à união de 307 anos com Reino Unido. Uma margem acirrada das pesquisas foi vista até mesmo na véspera do referendo, quando três pesquisas encomendadas por veículos britânicos deram ao “não” um apoio de 52% contra 48% do “sim”.
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Logo após o resultado, o primeiro-ministro escocês e líder do movimento separatista, Alex Salmond, afirmou que irá deixar a liderança do Partido Nacional Escocês e posteriormente renunciará ao cargo. “Para mim, como dirigente, meu tempo está quase no fim, mas, para a Escócia, continua a campanha e o sonho nunca irá morrer”, declarou Salmond.
“Em termos econômicos, seria uma burrice a Escócia se separasse do Reino Unido. Mas não se trata de uma decisão econômica, é política. Há um forte nacionalismo que resgata as tradições e o orgulho escocês. Se levássemos essa discussão do ponto de vista econômico, é uma escolha irracional”, afirmou a Opera Mundi o professor Simão Davi Silber, especialista em Economia Internacional da USP (Universidade de São Paulo).
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Alex Salmond anunciou nesta sexta que deve renunciar ao cargo em novembro deste ano
América do Sul
No continente sul-americano, a reportagem sobre o “Schindler chileno”, que repetiu história de xará alemão e salvou perseguidos pela ditadura de Pinochet também chamou atenção. Militante do Partido Comunista chileno nos anos 1960, Jorge Schindler trabalhava na sucursal dos laboratórios Bayer no país. Durante o governo de Salvador Allende, foi integrante do comitê de farmácias da Corfo (Corporação de Fomento para a Produção, instituição criada apoiar pequenas empresas).
Outra notícia em foco foi o lançamento de uma pesquisa que aponta que o presidente da Bolívia, Evo Morales, tem 54% das intenções de voto, contra 14% do principal opositor, Samuel Doria Medina. Morales concorre a um terceiro mandato nas eleições que estão previstas para 12 de outubro.
Efe
Morales (esq) tem aprovação de 79% da população boliviana, segundo pesquisa realizada em julho
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Nesta semana, um assunto que também chamou atenção foi a divulgação de um relatório a pedido do governo dos EUA que revela que um em cada três empregados da indústria de equipamentos eletrônicos na Malásia trabalha em condições análogas à escravidão, com restrição de liberdade e trabalhos forçados.
Outro tema em destaque foi a acusação feita por promotores estaduais alemães contra Oskar Groening, 93 anos, de ser cúmplice de pelo menos 300 mil assassinatos no período em que atuou como guarda em Auschwitz. Groening é acusado de ajudar a operar o campo de extermínio na Polônia ocupada pelos nazistas, entre maio e junho de 1944, quando 425 mil judeus provenientes da Hungria foram levados para lá e ao menos 300 mil foram mortos em câmaras de gás.
Além disso, foram encontrados mortos naquinta-feira (18/09) seis profissionais de saúde que trabalhavam em uma campanha de conscientização sobre a epidemia de ebola em Guiné-Conacri. Na equipe, estavam três jornalistas, dois médicos veteranos e o diretor de um hospital regional que estavam desaparecidos nos arredores da aldeia de Womey, situada em uma região florestal, desde terça-feira (16/09).
Wikicommons
Portão de entrada de Auschwitz traz os dizeres: 'arbeit macht frei' ou 'o trabalho liberta'
Ucrânia e Rússia
Já na Ucrânia, o parlamento aprovou na terça-feira (15/09) um projeto de lei que estabelece três anos de autogoverno para as regiões sob controle de separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk. Além disso, a Rada Suprema ratificou também o Acordo de Associação com a UE (União Europeia), uma das principais questões que desencadearam o conflito no país no fim do ano passado.
No dia anterior, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, já havia anunciado a decisão de enviar ao Parlamento o documento de autonomia, que inclui também anistia e marca eleições nos dois locais.
Na Rússia, o assunto que mais chamou atenção foram as eleições que contaram com a participação de 75 milhões de pessoas para eleger governadores, parlamentares regionais, prefeitos e deputados municipais no domingo (14/09). O pleito em que o partido de Putin – Rússia Unida – obteve êxito, foi o primeiro desde que a região decidiu pela reunificação da Rússia. Na segunda-feira (15/09), porém, os Estados Unidos declararam que não reconhecem o processo eleitoral na Crimeia.
Efe
Deputados ucranianos aprovam diversos acordos com presença de Poroshenko na terça, em Kiev