O governo de Hong Kong anunciou nesta quinta-feira (09/10) a suspensão do diálogo formal previsto para sexta (10/10) com os estudantes que mobilizam a campanha pró-eleições livres na ilha.
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“As bases para um diálogo construtivo foram destruídas. É impossível manter um encontro construtivo amanhã', afirmou em coletiva a número dois do Executivo, Carrie Lam.
A declaração mantém o clima de incerteza da crise política que assola a ilha há 12 dias e que levou milhares de estudantes às ruas para reivindicar eleições livres em 2017 e exigir a renúncia do chefe do Executivo, C.Y. Leung.
[Secretária do governo, Carrie Lam, anuncia suspensão de conversas com manifestantes]
Segundo a Reuters, a decisão do governo veio após os manifestantes exigirem que autoridades anticorrupção investigassem um pagamento de US$ 6,4 milhões, por conta de suspostas transações comerciais, feito a Leung quando ele já ocupava o cargo.
Na terça (07/10), estudantes concordaram em iniciar conversas com o governo local por uma reforma política na ilha. As três principais organizações dos protestos – Occupy Central, Scholarism, e a Federação de Estudantes de Hong Kong – anunciaram hoje que não vão desocupar as ruas da cidade com o cancelamento das conversações.
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“Vamos continuar com a ocupação a longo prazo até que vejamos resultados reais sobre a reforma política”, afirmou Joshua Wong, líder do movimento Scholarism. Para o porta-voz da Federação dos Estudantes, Alex Chow, o governo deve “responder de forma específica ao pedido de seus cidadãos sobre o voto universal”, caso contrário, os estudantes prosseguirão com os boicotes.
A proposta do diálogo tinha o intuito de colocar fim aos protestos que têm paralisado parte da região. Nesta semana, o número de estudantes diminuiu consideravelmente, apesar de alguns ainda continuarem acampados nos distritos governamental e comercial.
Trata-se de uma reivindicação estudantil de democracia plena na ex-colônia britânica, que inclui um sistema de votação livre quando for escolhido o novo líder de Hong Kong, prevista para acontecer em 2017. Os protestos começaram após Pequim determinar que vai escolher quem serão os candidatos no pleito, uma proposta inaceitável para os estudantes.
Efe
Escultura feita em homenagem à “revolta do guarda-chuva”, como tem sido chamada mobilização na ilha