Atualizada em 11/10 às 21h01
A ativista Luisa Revilla se tornou a primeira mulher transgênero a ter um cargo público no Peru, após ser eleita regidora, espécie de vereadora, nas eleições municipais realizadas no último domingo (05/10). Ela foi eleita pela municipalidade de Trujillo, na região La Libertad.
Divulgação/ Facebook
Luisa foi a primeira no país a se assumir como trans durante campanha eleitoral e ser eleita
“Eu vou promover a igualdade e direi não à discriminação”, disse Luisa. Entre as propostas de governo que defende está a construção de casas para pessoas portadoras do vírus HIV.
Luisa se converteu em uma esperança da comunidade LGBT para promover os direitos do país. A ONG Promsex, baseada na capital Lima, classificou o fato como “um passo histórico rumo à normalização e inclusão de pessoas transexuais no país”.
Para concorrer à eleição, ela teve que se registrar com o nome de batismo, portanto masculino. O Peru é um dos países onde menos se avançou nos direitos da comunidade LGBT na América do Sul. Direitos como união civil entre casais homossexuais e criminalização da homofobia não são garantidos. Além disso, a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero conta com mecanismos institucionalizados que a toleram e respaldam, como reconhece o informe de Direitos Humanos de pessoas LGBT no Peru de 2012.
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De acordo com organizações de direitos humanos, cerca de 50 pessoas são assassinadas no Peru todos os anos por causa da orientação sexual e identidade de gênero. Além disso,somente em 2013, foram denunciados 39 casos de discriminação em serviços públicos e privados, de acordo com informações o informe de Direitos Humanos de pessoas LGBT no Peru em 2013-2014.
O Congresso peruano tem um forte lobby que impede o avanço dessa questão, encabeçado por congressistas do Partido Fujimorista, a direita conservadora do Partido Popular Cristão e partidos evangélicos, além de integrantes do chamado nacionalismo homofóbico.