A OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciou nesta quinta-feira (16/10) que vai dedicar maior atenção a 15 países da África com o intuito de prevenir que o ebola se espalhe pelo continente a partir dos três principais locais afetados pelo surto: Libéria, Serra Leoa e Guiné.
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Cuidados com ebola não são suficientes na maior parte dos países, alega órgão de saúde internacional
Na lista, constam nações que fazem fronteira com os países mais afetados: Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali e Senegal. Além disso, a organização leva em conta Estados que também mantêm fortes relações comerciais e turísticas, como Benin, Camarões, Gâmbia, Gana, Mauritânia, Nigéria, República-Centro Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Togo.
Do total de 15 países, o único que já apresentou casos confirmados de ebola foi a Nigéria, No fim de julho, o país decretou estado de alerta nos portos e nas fronteiras, após a primeira vítima fatal de ebola ser confirmada em Lagos, cidade mais populosa do país e segunda maior do continente africano.
Hoje, a diretora global da OMS, Isabelle Nuttall, declarou que os casos estão dobrando a cada mês no continente africano. “O objetivo é parar com a transmissão que ocorre a partir desses países [afetados pelo surto]. Outros países precisam estar melhor preparados”, afirmou, segundo a Al Jazeera. Nessa semana, a taxa de contágio deve passar de 9 mil casos e 4.500 mortes. O surto continua a atingir funcionários de saúde. Por enquanto, 427 profissionais da área foram infectados e 236 morreram.
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Hospital no Texas onde Duncan morreu e duas outras enfermeiras foram infectadas: médico responsável pediu desculpas
Pânico nos Estados Unidos
Amber Vinson, a segunda enfermeira infectada enquanto tratava o paciente liberiano Thomas Duncan que contraiu ebola e morreu em Dallas, nos EUA, recebe tratamento em um hospital de Atlanta, após surgirem notícias de que autoridades não a impediram de embarcar em um voo comercial mesmo após ela ter registrado leve febre, um dia antes de ter sido diagnosticada com ebola.
A enfermeira voou com a Frontier Airlines, que informou nesta quinta que seis tripulantes foram postos de licença remunerada por 21 dias por “excesso de precaução”, de acordo com a Reuters. Com a decisão, foram afastados temporariamente, dois pilotos e quatro comissários de bordo do voo 1143, que fazia o trajeto de Cleveland para Dallas no dia 13 de outubro.
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O clima de pânico nos Estados Unidos já levou o país a reforçar medidas em quatro grandes aeroportos internacionais e ainda resultou no fechamento de algumas escolas em Ohio e Texas, segundo o USA Today.
Em Ohio, por exemplo, duas instituições de ensino foram fechadas e uma foi desinfetada após a possibilidade de que um funcionário teria sido exposto ao vírus por ter viajado no mesmo avião da Frontier Airlines que Vinson viajou, mas não no mesmo voo. A companhia lançou um comunicado em que afirma que o avião que transportou a enfermeira infectada passou por três vezes por limpeza.
Nesta manhã, o Dr. Daniel Varga, médico responsável pelo hospital de Dallas em que Thomas Duncan foi dispensado depois de apresentar sintomas de ebola e, dias depois, internado novamente, pediu desculpas publicamente pelos erros feitos no diagnóstico inicial do paciente e por fornecer informações imprecisas do caso.
“Infelizmente, nosso tratamento inicial do Sr. Duncan apresentou erros, apesar de nossas melhores intenções e de nossa equipe altamente habilidosa. Nossas profundas desculpas”, declarou Dr. Varga, segundo o The New York Times. O paciente liberiano foi o primeiro caso de ebola diagnosticado em território norte-americano.
Tensão na Europa
Um passageiro da Air France que saía de Paris com destino a Madri foi submetido a um exame médico nesta quinta após apresentar sintomas do vírus, informou a AFP.
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Voo de companhia aérea francesa foi evacuado após viajante apresentar sintomas de vírus como tremedeira
Sobre os temores de o surto se alastrar no continente, a ministra italiana da Saúde, Beatrice Lorenzin, disse hoje que “o risco de uma epidemia de ebola na Itália e na Europa é muito baixo”. Ela ressaltou que na reunião da União Europeia sobre o tema em Bruxelas, foram tomadas medidas para “reforçar as medidas de segurança, considerando todos os cenários possíveis que possam ocorrer”, segundo a Ansa.
Já o enfermeiro britânico Will Pooley, que se recuperou após contrair o vírus em Serra Leoa, declarou que voltará à África para ajudar a combater a doença.
América Latina
A Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) se reunirá na próxima segunda-feira (20/10) para debater a cooperação regional para enfrentar o surto de ebola. Na reunião, que ocorrerá em Havana, são esperados representantes de Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Equador, Dominica, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda e Santa Lúcia, informou a Ansa.