Além das ações para conter a expansão do ebola, os países africanos lidam agora, por conta da doença, com a inflação dos alimentos: o PAM (Programa Alimentar Mundial) da ONU divulgou, nesta sexta-feira (17/10), que o preço dos produtos alimentícios aumentou 24% em Guiné, Serra Leoa e Libéria, três das regiões mais afetadas pelo vírus.
Agência Efe
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De acordo com a organização da ONU, a epidemia atingiu regiões de produção de alimentos nesses países, matando centenas de produtores.
O fato de os governos terem colocado algumas áreas em quarentena impactou a produção e contribuiu para a escassez de alimentos e aumento dos preços, informou a organização. A porta-voz do PAM, Elisabeth Byrs, acrescentou ainda que há o risco de que “os preços continuem a subir durante a próxima colheita”.
Ela apontou que a situação agrava a segurança alimentar na área. Algumas famílias estão fazendo apenas uma refeição por dia e as pessoas trocaram alimentos por outros que custam menos, como mandioca no lugar de arroz.
Há ainda outra vertente da doença, como destaca a Unicef. De acordo com a agência para a infância da ONU, os sobreviventes enfrentam estigma, vergonha e discriminação nas comunidades em que vivem. Cerca de 96% dos 1.400 domicílios pesquisados em um estudo recente da agência relataram alguma atitude discriminatória em relação às pessoas com suspeita ou confirmação do ebola.
Agência Efe
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Senegal
O PAM apontou que Senegal, que faz fronteira com a Guiné, também está sendo afetado pelo aumento do preço das commodities. Nesta sexta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que o país, no entanto, já conseguiu interromper a transmissão do vírus do ebola e está livre de um surto da doença.
A organização avaliou a resposta do governo senegalês como um bom exemplo do que deve ser feito diante de um caso importado de ebola. O país, que teve apenas um caso da doença, agiu de forma rápida para impedir que o vírus se espalhasse, disse a OMS.
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Apesar disso, a localização de Senegal faz com que ele esteja vulnerável a novos casos importados, ressaltou a organização. “A lição mais importante para o mundo é que uma imediata, ampla e bem coordenada resposta pode parar o vírus do ebola”, disse a OMS em comunicado.
Estados Unidos
Após críticas pela “lenta e inadequada” resposta ao surto do ebola, o presidente dos EUA, Barack Obama, designou o ex-conselheiro da Casa Branca, Ron Klain, como responsável para gerenciar as medidas contra a doença. Ele está sendo chamado de “czar do ebola” no país e responderá diretamente à conselheira de Segurança Interna, Lisa Monaco, e à conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice
De acordo com o último informe da OMS, o número de mortos pelo vírus do ebola aumentou para 4.546. Além disso, 9.191 pessoas foram infectadas pela doença, que tem um índice de mortalidade de 70%. Entre as vítimas fatais, estão 239 profissionais de saúde.