Ucrânia e Rússia não conseguiram fechar nesta sexta-feira (17/10) um acordo definitivo sobre as importações e a passagem do gás russo pelo território ucraniano, após o encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Petro Poroshenko em Milão, na Itália.
Efe
Putin e Poroshenko se cumprimentam: gás e conflito entre militantes foram principais temas de hoje
A proposta da reunião, que contou com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, era tentar colocar fim à crise no leste da Ucrânia, que se arrasta desde o fim do ano passado. Na ocasião, o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich se recusou a assinar um acordo que aproximava o país da União Europeia, desencadeando uma onda de protestos, que foram respondidos com a eclosão de movimentos separatistas após a sua queda, em fevereiro.
Para Putin, a União Europeia deveria ajudar a Ucrânia a pagar sua dívida de gás com o Kremlin, que estimou em US$ 4,5 bilhões. Em coletiva após a reunião, o líder russo declarou que seu país não pode “correr mais riscos” em relação ao gás e sugeriu que Kiev busque concessão de créditos por parte da UE, do FMI (Fundo Monetário Internacional (FMI) ou do Banco Europeu.
“Compreendemos o estado financeiro de nossos parceiros ucranianos, que têm autênticos problemas, que sofrem déficit de caixa. Em certa medida, já fizemos concessões nas condições e o pagamento do gás já fornecido”, declarou.
Desde junho, Kiev não recebe gás russo devido às dívidas do governo ucraniano com a Gazprom. Os ucranianos acusam a empresa russa de cobrar um preço abusivo para o fornecimento. Nesta sexta, os líderes fecharam um acordo sobre os termos do fornecimento de gás natural da Rússia “ao menos para o período do inverno”.
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Pontos positivos e próximos passos
Ao final da reunião, Poroshenko ainda afirmou que o encontro com os russos também trouxe pontos positivos para tentar resolver a situação no país. Em primeiro lugar, os dois líderes se comprometeram a “seguir firmemente o memorando de Minsk”, que implica o controle internacional sobre o cessar-fogo, o compromisso de ambos os lados de retirar seus Exércitos dos locais de conflitos e a troca de prisioneiros.
Além disso, o presidente ucraniano aprovou eleições na região de Donetsk – foco de combates entre separatistas pró-Moscou e militantes pró-Kiev – de acordo com as leis do país, previstas para acontecer no dia 7 de dezembro. Poroshenko ainda se comprometeu a dar mais autonomia para a região.
Apesar disso, Poroshenko admitiu que ambos os países não efetivaram um acordo para a regulação do trânsito do gás russo, mas apenas sobre os parâmetros básicos do novo contrato. O líder ucraniano espera alcançá-lo durante o próximo encontro com Putin sobre o tema, marcado para o próximo dia 21 de outubro com mediação da União Europeia em Bruxelas.
Efe
Grupos nacionalistas ucranianos na capital, Kiev, se reúnem a quase um ano de completar protestos no país
Identificação de vítimas do voo MH17
Legistas identificaram hoje seis novas vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu no leste da Ucrânia no dia 17 em julho enquanto fazia o trajeto de Amsterdã para Kuala Lumpur com 298 passageiros.
De acordo com o governo da Holanda, das seis novas vítimas identificadas, cinco têm nacionalidade holandesa, indicaram as autoridades. A pedido das embaixadas das vítimas estrangeiras, o governo não tornará pública a outra nacionalidade. O anúncio aumenta para um total de 278 passageiros identificados.