Atualizada às 20h47
A Procuradoria-Geral do México informou, em uma coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira (07/11), que as pessoas que foram detidas por serem acusadas de ter relação com o desaparecimento dos 43 jovens de Iguala, sumidos há 33 dias, confessaram que os estudantes foram queimados com gasolina e os restos, bem como ossos, colocados em bolsas e jogados em um rio.
O Procurador-Geral da República, Jesús Murillo Karam, disse que as famílias dos jovens já foram avisadas sobre as novas descobertas. As informações foram divulgadas com base no depoimento de três dos mais recentes detidos, de um total de 74. Eles disseram ter recebido os corpos já sem vida, ou inconscientes, em um lixão de Cocula. Os corpos foram queimados com toda a roupa, o que dificulta a identificação do material genético.
Agência Efe
Parentes de jovens desaparecidos chegam em aeroporto militar para reunião com procurador mexicano, nesta sexta-feira
“Algumas pessoas [que ainda estavam vivas] foram assassinadas em Cocula.” Outras pessoas foram entregues ao grupo Guerreros Unidos e morreram por asfixia a bordo de um caminhão, informou o promotor.
Segundo os relatos dos acusados, todos os jovens foram queimados com gasolina e outras substâncias, sendo que a ação teve início à meia-noite e foi até as três da tarde do dia seguinte.
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Agência Efe
Manifestações pedindo para que jovens fossem encontrados foram realizadas em todo o país
Após terem sido incinerados, um integrante da quadrilha, identificado como El Terco, teria ordenado que os restos fossem triturados e lançados em um rio. O objetivo do grupo era apagar qualquer vestígio, por isso foram queimados todos os pertences pessoais dos jovens.
De acordo com Karam, a certeza de que os relatos são verdadeiros se deve à riqueza de detalhes e à comprovação de várias das declarações, como a descrição precisa do local de onde estariam as bolsas com os restos dos jovens.
As cinzas dos estudantes serão enviadas a uma universidade nos Estados Unidos para que possam ser identificadas. Não há, no entanto, nenhuma garantia ou data para que isso ocorra. O processo de identificação poderá durar anos. Karam garantiu também que os outros restos encontrados em valas comuns no país terão a identidade investigada.