As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) libertaram, nesta terça-feira (25/11), os soldados Paulo César Rivera e Jonathan Andrés Díaz, que foram capturados pela guerrilha no dia 9 de novembro. A ação foi intermediada pelos países garantidores dos diálogos de paz, Cuba e Noruega, e pela Cruz Vermelha.
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Soldados Paulo César Rivera e Jonathan Andrés Díaz foram capturados no início deste mês
A expectativa é de que, após cumprir com a primeira parte do Acordo Humanitário Especial, os insurgentes anunciem a libertação, em breve, dos outros três retidos na semana passada: o general Rubén Darío Alzate, o cabo José Rodríguez Contreras e a advogada Gloria Urrego.
As primeiras imagens divulgadas dos soldados libertados demonstram que estão em boas condições de saúde.
Em comunicado divulgado no site da guerrilha, as FARC voltaram a criticar o governo colombiano pelo atraso no processo de libertação dos militares capturados no departamento de Chocó. Os insurgentes dizem que o Ministério da Defesa mantém um contingente de soldados na região onde será realizada a entrega dos militares. Eles denunciam que “além dos bombardeios, desembarques e voos da inteligência técnica, ocorreram embates terrestres com a guerrilha” e pedem que essas operações sejam “imediatamente suspensas”.
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Nesta segunda-feira (24/11), as FARC disseram que os diálogos de paz podem estar ameaçados e que as negociações “não poderão ser retomadas da maneira que estão”, caso não sejam respeitadas “as condições compactuadas com a guerrilha”. Essas exigências incluem a suspensão da atividade militar nas zonas previstas para a entrega dos prisioneiros, o que não está sendo cumprido, segundo eles.
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O protocolo de libertação dos soldados foi feito pela Cruz Vermelha
Entenda o caso
Na semana passada, o general Alzate foi capturado em um povoado do departamento de Chocó, junto com Rodríguez e Urrego, o que levou o governo colombiano a suspender os diálogos de paz com as FARC em Havana.
No sábado (22/11), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que havia recebido as coordenadas das FARC para a libertação dos capturados. O chefe de Estado também havia sinalizado que, se a libertação fosse concretizada, as negociações poderiam ser retomadas na capital cubana.
Os diálogos de paz em Havana buscam por fim ao conflito armado que dura mais de 50 anos e já deixou mais de 200 mil mortos na Colômbia. A agenda das negociações é dividida em cinco grandes pontos. Ao longo dos dois anos, três já foram parcialmente negociados: a participação política para as FARC, o fim do comércio ilegal de drogas e a reforma agrária.
No entanto, o presidente colombiano ressalta que os dois últimos tópicos são mais complexos, pois envolvem os direitos das vítimas do conflito armado e o desarmamento e a desmobilização da guerrilha.