O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta quinta-feira (18/12), que “valoriza em toda dimensão” o anúncio feito pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) de que a guerrilha fará um cessar-fogo unilateral por tempo indefinido, decisão classificada por ele como “correta”, mas ressaltou que não aceita as condições impostas pela insurgência.
O mandatário, no entanto, não se pronunciou com relação ao cessar-fogo também ser condicionado à não agressão à guerrilha por parte do Exército colombiano, ponto criticado pela oposição no país. De acordo com as FARC, as hostilidades serão cessadas à partir da meia-noite e um do dia 20 de dezembro.
Agência Efe
Representantes das FARC e do governo colombiano plantaram árvore da paz em Havana na última terça (16)
No comunicado divulgado ontem, as FARC reiteram que o cessar-fogo terá que ser acompanhado pela comunidade internacional. Em resposta a essa medida, o governo afirmou que a observação de entidades como a Celac ou a Unasul só será discutida quando for acordado em definitivo o ponto sobre as vítimas e se avance para o ponto seguinte da agenda de negociações da mesa de diálogos em Havana.
“A verificação para o cessar-fogo unilateral é uma discussão que o governo não aceita” e ressaltou que a questão será discutida apenas no marco do ponto três das negociações, que se refere ao “fim do conflito”, quando será abordada a questão da verificação dessas entidades para um eventual cessar-fogo bilateral e definitivo.
O mandatário disse ainda que o governo avaliará o cumprimento da decisão tomada pelas FARC: “o país não pode nem quer repetir experiências do passado nas quais os anúncios de cessar-fogo somente foram cumpridos parcialmente”.
Apesar das informações, o senador Iván Cepeda Castro contemporizou, em entrevista à rádio RNC, as declarações do governo. Segundo ele, o que Santos disse é que “é muito difícil a verificação do cessar-fogo”. E ressaltou que a medida é um avanço para se chegar ao fim do conflito.
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Em sua conta no Twitter, Cepeda informou que a Frente Ampla pela Paz, uma das entidades mencionadas pelas FARC como observadoras do processo, “respaldará a observação ao cessar-fogo” e pedirá uma reunião com o presidente Santos para “fortalecer o fim das hostilidades”.
En rueda de prensa Frente Amplio anuncia que respaldará veeduría a cese unilateral e indefinido de hostilidades pic.twitter.com/WAtxQmraIn
— Iván Cepeda Castro (@IvanCepedaCast) 18 dezembro 2014
Críticas
Também no Twitter, o ex-presidente e senador Álvaro Uribe criticou que as FARC tenham condicionado o cessar-fogo à não agressão das Forças Armadas Colombianas.
Uribe é o maior crítico ao processo de paz e à possibilidade de que o governo pactue um cessar-fogo bilateral com os guerrilheiros. De acordo com ele, o cessar-fogo unilateral tem que ser verificado, mas a condição da guerrilha forçaria justamente um cessar-fogo bilateral, classificado por ele como “inaceitável”.
Cese de Farc,condicionado a parálisis deFFAA,equivale a cese bilateral,inaceptable por equiparar Estado y terrorismo pic.twitter.com/2noMrKwx3n
— Álvaro Uribe Vélez (@AlvaroUribeVel) 18 dezembro 2014