O serviço de contraterrorismo dos Estados Unidos apoiou a realização de negociações secretas entre lideranças religiosas do islamismo e membros do grupo fundamentalista EI (Estado Islâmico). Segundo informações publicadas nesta sexta-feira (19/12) pelo jornal The Guardian, os EUA deram sinal verde para os diálogos com o objetivo de tentar salvar a vida de um refém norte-americano capturado pelos jihadistas.
Agência Efe
Foto de Kassig: ele fundou a organização “Special Emergency Respond and Assistance” após servir Exército
Citando emails aos quais teve acesso, o diário britânico afirma que dois dos mais proeminentes clérigos jihadistas — bem como alguns ex-prisioneiros da base militar de Guantánamo — estiveram envolvidos no processo.
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As negociações, iniciadas no mês de outubro e com o aval do FBI, acabaram não dando certo, pois o refém Peter Kassig foi decapitado pelo EI em 26 de novembro. Na ocasião, o presidente Barack Obama disse que a execução “era um ato de pura maldade produzido por um grupo terrorista que o mundo acertadamente associa à desumanidade”.
De acordo com o The Guardian, a iniciativa, que destoa da política norte-americana de não negociar com terroristas, foi fruto do trabalho de Stanley Cohen [na foto, à direita], advogado nova-iorquino que tem, em seu currículo, a defesa de acusados como o genro de Osama bin Laden e integrantes do Hamas em tribunais dos EUA.
Cohen teria conseguido persuadir importantes lideranças religiosas jihadistas, alinhadas à organização Al Qaeda, para que interviessem com os membros do Estado Islâmico, tentando a libertação do refém.
O FBI, confirmando que estava ciente do processo de “conversas paralelas”, disse que liberaria a quantia de US$ 24 mil para cobrir as despesas das negociações.