O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou, nesta terça-feira (30/12), um plano de recuperação econômica de curto, médio e longo prazo para retomar o crescimento em 2015, diante da recessão verificada em 2014. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central da Venezuela (BCV), o PIB do país fechou os primeiros três trimestres do ano em baixa.
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Agência Efe
Entre as medidas anunciadas está previsto também o corte de gastos com as embaixadas do país
Entre as medidas, o mandatário anunciou um novo sistema cambial, que será detalhado pelo ministro da Economia em janeiro; reforma fiscal para elevar a arrecadação e manter o investimento social; otimização do investimento público; fortalecimento das reservas internacionais em dólares; criação do Fundo Estratégico de Reservas em moeda nacional, com um montante de 400 bilhões de bolívares, entre outras medidas para estimular a agricultura e a indústria do país.
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As medidas foram formuladas com conjunto com diversos setores econômicos da sociedade e anunciadas durante coletiva de imprensa internacional concedida do Palácio de Miraflores. A meta do governo é crescer entre 4% e 5% em 2015 visto que este ano o país deverá ter crescimento negativo em torno de -2,3%.
De acordo com Maduro, o resultado do plano de recuperação deverá ser verificado dentro de seis meses e impactará “de maneira positiva o crescimento do país”, bem como o controle da inflação, de forma a garantir os investimentos sociais e fazer frente à queda mundial dos preços do petróleo. A intenção é que ele também possibilite o financiamento externo do país.
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“O ano de 2015 será de mudança na Venezuela, de dinamização de novos motores econômicos”, afirmou o presidente.
Maduro ressaltou ainda que as medidas deverão permitir incrementar a luta contra o “caos da fixação de preços”, parte da chamada “guerra econômica” vivenciada pelo país após a explosão de violentas manifestações contra seu governo no começo do ano.
A versão presidencial é confirmada pelo Banco Central do país, segundo o qual a inflação, que chegou a 63.6% em novembro é consequência dos protestos que “impediram a distribuição dos bens básicos para a população, assim como o desenvolvimento normal da produção de bens e serviços”. Assim, na avaliação do órgão, o indicador “continua sendo afetado pelo conflito político induzido pela guerra econômica”.
No relatório divulgado nesta terça, o BCV indicou uma inflação de 4,8% em setembro e de 5% em outubro. Com relação ao PIB, os dados revelam que o primeiro trimestre fechou com baixa de 4,8%, o segundo de 4,9% e o terceiro de 2,3%.