Ao menos seis civis ficaram mortos após um morteiro atingir um centro cultural e um trólebus em Donetsk, foco de conflitos entre o Exército de Kiev e grupos armados pró-Moscou, reportou a Reuters nesta sexta-feira (30/01). Nos últimos dias, confrontos se agravaram no leste da Ucrânia desde os acordos de cessar-fogo de setembro de 2014, deteriorando situação de civis na zona de conflito.
EFE
Civis em Donetsk são os principais afetados por crise que se arrasta há quase um ano na fronteira entre Ucrânia e Rússia
De acordo com a organização humanitária MSF (Médicos Sem Fronteiras), apenas na semana passada, três estruturas hospitalares em Donetsk e Lugansk foram atingidas por bombas. No dia 19 de janeiro, por exemplo, o terceiro maior hospital de Donetsk foi atingido por um foguete, apesar de estar localizado no centro da cidade e a mais de sete quilômetros da linha de frente.
“Quando essas estruturas são danificadas ou destruídas, não só as pessoas feridas não receberão tratamento hoje, como mulheres grávidas, crianças doentes e pessoas com doenças como diabetes, doença cardíaca e hipertensão, não serão tratadas amanhã”, declarou Loïc Jaeger, coordenador-geral adjunto de MSF na Ucrânia nesta sexta.
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“A intensificação dos combates só agravou a escassez já aguda de medicamentos essenciais, como antibióticos, analgésicos e materiais para sutura. Médicos e enfermeiros que trabalham em hospitais da linha de frente agora estão trabalhando no limite”, completa Jaeger.
Otan: 2014 foi “ano negro”
Desde o início dos confrontos no leste da Ucrânia em abril passado mais de 5 mil pessoas foram mortas. Hoje, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, classificou que, em 2014, a Europa viveu um “ano negro” para sua segurança por causa do “extremismo” nas fronteiras e do comportamento “preocupante” da Rússia na crise ucraniana.
Em virtude da anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, a Otan decidiu suspender toda cooperação prática com Moscou, mas concordou em manter os canais de diálogo abertos. “É importante se reunir para discutir também sobre os assuntos difíceis”, comentou Stoltenberg, segundo a agência Efe. “Mas a Rússia tem que deixar de apoiar os separatistas”, acrescentou.
EFE
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