* Atualizada às 8h45 do dia 4 de fevereiro de 2015
O governo da Jordânia executou na madrugada desta quarta-feira (04/02) a extremista iraquiana Sajida al Rishawi, além de outro preso acusado de terrorismo, após a divulgação do vídeo no no qual o piloto jordaniano Moaz Kasasbeh aparece sendo queimado vivo pelo grupo EI (Estado Islâmico).
O EI tinha pedido a libertação de Rishawi, condenada à morte na Jordânia depois de um atentado fracassado em Amã, a capital do país árabe, em 2005, em troca da libertação do jornalista japonês Kenji Goto, decapitado no último sábado (31/01), e de poupar a vida de Kasasbeh.
Agência Efe
Esposa de Kasasbeh e outras mulheres realizam manifestação com fotos do piloto
O outro preso executado é Ziad al Karbuli, um ajudante do líder terrorista Abu Musab al-Zarqawi, morto em um bombardeio norte-americano no Iraque em 2006. Karbuli, detido em território iraquiano pelo Exército jordaniano, foi condenado à morte em 2008 pelo assassinato de um motorista jordaniano.
Princípio “olho por olho”
O Estado Islâmico publicou nesta quarta-feira um comunicado na internet no qual explicou que aplicou o princípio do “olho por olho” ao queimar vivo o jordaniano Moaz Kasasbeh, pois, segundo o grupo, os bombardeios efetuados de seu avião provocavam fogo.
A nota, datada de 20 de janeiro, embora divulgada hoje no Twitter por supostos simpatizantes dos extremistas, é assinada pelo Escritório de Investigação e Fátuas (decisão jurídica baseada na lei islâmica) do EI.
No comunicado, os extremistas afirmaram que queimar uma pessoa é justificado pelo islã em caso de “mumazala”, ou seja, como punição por uma atitude semelhante.
Suspeitas sobre execução
As suspeitas de que ele já havia sido executado foram confirmadas no começo da tarde pelas Forças Armadas da Jordânia, que informaram que Kasasbeh morreu no dia 3 de janeiro. Ele foi capturado no dia 24 de dezembro enquanto participava de uma ofensiva aérea da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos na Síria.
Após a notícia, o rei Abdullah II cancelou a visita que fazia aos Estados Unidos, onde se encontrava em uma viagem não programada para discutir com autoridades norte-americanas a luta contra o terrorismo e os esforços para libertar o piloto jordaniano.
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O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o vídeo é “somente uma amostra a mais da crueldade e da barbárie” do EI e ressaltou que o assassinato obriga a “redobrar a determinação” da coalizão internacional formada para derrotar o grupo jihadista.
Vingança
Em comunicado divulgado pela rede de televisão estatal, as Forças Armadas da Jordânia prometeram “vingança” pelo assassinato de Kasasbeh.
“Desde o primeiro momento, quando o piloto foi sequestrado pelo EI, as Forças Armadas jordanianas, apoiadas por todas as instituições [do país], tentaram salvá-lo das mãos covardes dessa máfia de criminosos, mas eles decidiram dar um triste final a sua vida”, disse a mensagem.
Nas ruas da capital Amã, dezenas de pessoas, entre elas amigos da família de Kasasbeh, responsabilizaram o governo jordaniano, o rei Abdullah II e a coalizão internacional contra os jihadistas, liderada pelos EUA e da qual a Jordânia participa, pela morte do piloto.
“Quem tem a responsabilidade é o governo jordaniano, o chefe do governo, os EUA e a aliança militar”, disse o ex-parlamentar Ali Dalain em entrevista na região de Karak.
De acordo com a agência Efe, ainda como resposta ao assassinato de Kasasbeh, pelo menos três simpatizantes da Al Qaeda, que haviam sido condenados à morte na Jordânia, foram transferidos ao presídio de Suwaqa, a 70 quilômetros ao sul de Amã, onde costumam acontecer as execuções.
(*) Com informações da Agência Efe