No segundo dia de cessar-fogo entre forças ucranianas e separatistas pró-Rússia, confrontos continuam a ocorrer em território da Ucrânia nesta segunda-feira (16/02), especialmente na região de Debaltsevo.
O comando militar ucraniano acusa separatistas de realizarem 112 ataques desde a madrugada de domingo (15/02), a maioria em Debaltsevo. Segundo Andrei Lisenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, cinco soldados ucranianos morreram e outros 25 ficaram feridos em combates entre as 6h de domingo e as 6h de hoje (hora local).
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Lisenko também acusou os separatistas de impedirem o acesso dos observadores da missão especial da OSCE (Organização pela Segurança e Cooperação na Europa) para a Ucrânia, encarregados de supervisionar o cessar-fogo, à cidade.
Agência Efe
Tanque de forças separatistas se locomove por Donetsk neste domingo (15/02)
Já os separatistas acusam o Exército ucraniano de descumprir o cessar-fogo ao bombardear as imediações das fortificações de Donetsk e Gorlovka.
Retirada de armamento pesado
A retirada de armamento pesado (tanques, artilharia e foguetes) é a segunda etapa do cessar-fogo acordado em Minsk na última quinta-feira (13/02, e deveria ocorrer a partir de meia noite desta segunda (20h, no horário de Brasília). No entanto, as duas partes declararam hoje que “não há condições” para a retirada do armamento.
“A condição para a retirada do armamento pesado da linha de separação é o cessar-fogo, mas os 112 ataques são um indicador de que não houve cessação das hostilidades”, disse Lisenko.
Já Eduard Basurin, subchefe do comando militar da autoproclamada república separatista de Donetsk, disse que o armamento pesado “será retirado em caso de cumprimento dos acordos de Minsk. Por enquanto, tais condições não estão sendo cumpridas”.
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Os separatistas declararam que só farão a retirada das peças de artilharia e plataformas de lançamento de mísseis da zona desmilitarizada quando “receberem um claro sinal” de que as forças governamentais também começaram a fazê-lo.
Debaltsevo
A cidade contém um estratégico nó ferroviário e é o principal ponto de divergência entre as partes desde a cúpula de Minsk.
Os separatistas afirmam que a cidade faz parte de seu território, enquanto Kiev considera que, em virtude dos acordos de setembro de 2014, Debaltsevo deve permanecer sob controle governamental.
Kiev assegurou que, segundo dados do serviço de inteligência militar, os separatistas receberam ordens de tomar Debaltsevo “a qualquer preço”.
As forças pró-Rússia dizem ter seis mil soldados cercados na cidade e exigem que estes deponham as armas como condição para serem libertados.
União Europeia amplia sanções contra Rússia
A União Europeia ampliou a lista das empresas e cidadãos russos sancionados pelo conflito armado entre os separatistas pró-Rússia e as tropas governamentais no leste da Ucrânia.
A nova lista foi publicada no Diário Oficial da UE, o que significa sua entrada em vigor. Nela estão incluídos o vice-ministro da Defesa, Anatoli Antonov, o primeiro vice-ministro da Defesa, Arkadi Bakhin, o subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Andrei Kartapolov, e o cantor e deputado governista russo Iosif Kobzon, entre outros.
Agência Efe
Comboio com ajuda humanitária vindo da Rússia é descarregado em Donetsk neste domingo (15/02)
Eles estão sujeitos a terem vistos negados e fundos congelados em toda a União Europeia.
A Rússia prometeu uma “reação adequada” às novas sanções. “Constatamos incoerência e falta de lógica, pois cada vez que aparece uma oportunidade de resolver a crise ucraniana, Bruxelas se apressa em impor novas restrições contra a Rússia”, assinalou o Ministério das Relações Exteriores russo através de comentário publicado no site da instituição.
“O que fica claro é que tais decisões, que contarão com uma reação adequada, não são de bom senso nem ajudam a buscar uma solução ao conflito ucraniano”, afirma o texto.
*Com informações de BBC News e Agência Efe