O ex-imperador Napoleão Bonaparte, Napoleão I, morreu aos 52 anos, em 5 de maio de 1821, em sua modesta casa de Longwood, Santa Helena.
A ilhota, perdida em meio ao Atlântico Sul, foi para onde Napoleão foi enviado pelos ingleses em 1815, após a derrota de Waterloo.
Segundo o relatório da autópsia publicada pelo governador britânico da ilha, sua morte teria sido provocada por um câncer de estômago. Durante os dois mil dias de exílio, o ex-imperador pôde dar os últimos retoques em sua vida legendária, confiando ao conde Lãs Cases suas memórias, que seriam publicadas no ano seguinte sob o título “O Memorial de Santa Helena”.
Napoleão, ex-chefe de Estado e de governo que comandara um império que se estendeu pela Europa, morreu como um prisioneiro britânico. Um dos maiores estrategistas militares da história, ele ascendeu com extrema rapidez os postos da hierarquia militar do Exército Revolucionário da França durante o final dos anos 1790.
Quem foi Napoleão Bonaparte?
Em 1799, a França estava em guerra contra a maior parte dos países da Europa, quando Napoleão retorna de sua vitoriosa campanha no Egito para assumir as rédeas do governo francês e salvar a nação de um iminente colapso. Depois de se tornar o primeiro-cônsul em fevereiro de 1800, reorganizou seus exércitos e derrotou a Áustria.
Em 1802 ajudou a escrever e promulgou o Código Napoleônico, um novo sistema legal francês, e em 1804 foi coroado imperador da França na catedral de Notre Dame. Já por volta de 1807, Napoleão controlava um império que se estendia do rio Elba, ao norte, até a Itália, ao sul, e dos Pirineus até a costa da Dalmácia.
Entretanto, a partir de 1812, Napoleão começa a fazer face às suas primeiras significativas derrotas em sua carreira militar, sofrendo uma desastrosa invasão da Rússia, perdendo a Espanha para o duque de Wellington na Guerra da Península e suportando uma derrota total diante das forças aliadas comandadas pela Inglaterra em 1814.
Antes de morrer viveu dois mil dias em exílio
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Enviado para o exílio na ilha de Elba, Itália, escapou e retornou para a França no começo de 1815. Lá conseguiu erguer um novo exército, que goza temporariamente de outros êxitos antes de sua esmagadora derrota em Waterloo, contra uma força sob o comando de Wellington em 18 de junho de 1815.
Napoleão foi então exilado sob severa vigilância para a ilha de Santa Helena na costa da África.
Conta-se que no dia de sua morte uma violenta tempestade assolava a ilha. Napoleão morreu, segundo a opinião do médico que o assistiu, não de um câncer no estômago, mas de uma úlcera provocada por uma má dieta e por consumo continuado de arsênico para combater a doença. Existem controvérsias que apontam que ele poderia ter sido assassinado por envenenamento.
Bonaparte foi amputado
Napoleão foi enterrado sem o pênis, amputado horas depois de sua morte. Depois de 170 anos a exótica relíquia apareceu nos Estados Unidos, guardado por John Lattimer, professor de Urologia da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.
A amputação teria sido feita pelo médico francês Francesco Antommarchi, despachado para Santa Helena para cuidar da úlcera de estômago que acabou por matar Napoleão. Antommarchi, um anatomista que pouco entendia de doenças, irritou o intempestivo corso, que o recebia a cusparadas e insultos. “Foi a vingança do médico”, disse Lattimer.
Embora seja provável, não está provado que tenha sido o médico que fez a autópsia. Na sala estavam presentes 17 testemunhas, sete médicos ingleses, duas criadas de Napoleão, um padre de nome Vignali e ainda um servo árabe de nome Ali.
Em 1840, seu corpo retorna à França onde recebeu as mais significativas homenagens. Hoje repousa no Hotel des Invalides cuja esplendorosa tumba é visitada por milhões de turistas todos os anos.
Também nesta data:
1789 – Em meio à crise econômica, rei Luis XVI instala os Estados Gerais na França
1862 – Mexicanos derrotam franceses na Batalha de Puebla
1891 – Carnegie Hall é inaugurada com estreia de Tchaikovsky nos EUA
1981 – Morre o dirigente do IRA Bobby Sands após 66 dias de greve de fome