O Parlamento alemão aprovou nesta sexta-feira (27/02) a prorrogação do pacote financeiro à Grécia. Embora os ministros de Finanças e de Economia da zona do euro já tivessem sinalizado positivamente para a extensão do empréstimo desde terça (24/02), a decisão teve de ser submetida a Poder Legislativo dos países da União Europeia.
EFE
Chanceler alemã, Angela Merkel, conversa hoje com ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, durante sessão plenária do Parlamento
Com isso, temia-se que a votação no Parlamento da Alemanha representasse um grande obstáculo para uma extensão do pacote ao governo grego encabeçado pelo partido de esquerda Syriza.
Para o conservador ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, a expansão do programa por quatro meses deve, sim, acontecer, pois Atenas se comprometeu a cumprir seus termos. Contudo, ele confessou no plenário que apoiar a prorrogação não foi uma “decisão fácil”.
“Nós, alemães, deveríamos fazer de tudo para manter a Europa unida o máximo que pudermos e mantê-la unida de novo e de novo”, declarou Schäuble de acordo com a Reuters, acrescentando que não vai tolerar que a Grécia tente “chantagear” seus parceiros da zona do euro.
Carlos Latuff/ Opera Mundi
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Na noite de segunda (23/02), o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, apresentou um plano com reformas internas à União Europeia e ao FMI (Fundo Monetário Internacional). A proposta do novo governo grego prevê cortes de despesas públicas, redução de ministérios de 16 para 10 e medidas contra evasão e fraude fiscal.
Além disso, o país prometeu não voltar atrás em nenhuma privatização em andamento ou já finalizada. Na primeira semana do partido de esquerda Syriza no poder, o governo anunciou que reverteria processos de privatização de empresas estratégicas.
Contudo, as novas propostas contêm apenas duas medidas sociais: entrega de vale-refeição e fornecimento de energia e saúde para as pessoas mais necessitadas. O plano ainda inclui promessas de reformar a política tributária, revisar e controlar os gastos em “todas as áreas” de gastos do governo “para racionalizar o sistema”.
Em comunicado divulgado no início da semana, o Eurogrupo classificou as medidas de Atenas como “suficientemente compreensivas para ser um ponto de partida válido para uma conclusão bem sucedida da revisão”.
EFE
Ministro grego de Finanças, Yanis Varoufakis, enviou plano poucos instantes antes do prazo, previsto para meia-noite de segunda