A comissão de questões sociais do Parlamento da França rejeitou na noite de quarta-feira (18/03) um projeto de lei que estipula peso mínimo para mulheres que trabalham no setor da moda.
O texto propunha a penalização de agências caso modelos apresentassem um IMC (Índice de Massa Corpórea) inferior a 18.
Quem violasse a lei chegaria a pagar uma multa de até US$ 83 mil e poderia ficar a até seis meses de prisão.
Segundo o Le Monde, inúmeros deputados, tanto da esquerda quanto da direita, consideraram que uma interdição desse nível introduziria uma discriminação no interior da carreira.
Para os deputados que assinaram o projeto de lei, Olivier Véran e Catherine Coutelle, ambos do PS (Partido Socialista), a iniciativa tem o intuito de combater a anorexia presente na França.
Eles disseram que vão elaborar outros recursos para retomar essa temática na Assembleia Nacional.
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Vanguarda da moda e da indústria fashion, a França é afetada pelo fenômeno da glamourização da magreza: no país, entre 30 e 40 mil pessoas – 90% adolescentes – sofrem de anorexia mental.
“O impacto social das imagens que são difundidas na moda, em que as mulheres devem ser magras a um nível patológico para serem belas e desfilarem, é muito forte”, critica Véran.
A proposta também foi apoiada pela ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine. Outra tentativa de passar um projeto de lei semelhante no país aconteceu em 2008, mas falhou após forte crítica da indústria da moda.