Atualizada às 14h45
Muhammadu Buhari, líder da oposição e ex-general, venceu nesta terça-feira (31/03) as eleições presidenciais mais acirradas dos últimos 20 anos na Nigéria.
Segundo informações da agência Reuters, Buhari obteve 15,4 milhões de votos no pleito, 2,1 a mais do que o atual presidente, Goodluck Jonathan, que já reconheceu a derrota. O resultado do pleito mostra que a disputa entre o veterano de guerra e o então chefe de Estado foi a mais apertada desde o fim do governo militar no país, em 1999. Nas urnas, o critério de votos dependeu de uma série de fatores complexos, envolvendo questões étnicas, regionais e até linhas religiosas.
EFE
Dois candidatos ao cargo de presidente se cumprimentaram na semana passada: à esquerda, Jonathan e à direita, Buhari
Buhari faz parte da legenda APC (Congresso de Todos os Progressistas), ao passo que Jonathan é do PDP (Partido Popular Democrático). Para vencer a eleição, o candidato precisava obter mais de 50% do total dos votos em esfera nacional e também conseguir pelo menos 25% dos votos em dois terços dos 36 estados que compõem o país.
Durante a votação de domingo (29/03), houve alguns casos de confusão e violência esporádica, o que era esperando em vista da influência do Boko Haram, principalmente no norte nigeriano. O grupo extremista, que foi tema central durante a campanha eleitoral, classificou o pleito como “não islâmico”.
EFE
Nigerianos aguardam resultado de pleito na segunda-feira
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A Nigéria é o país com maior densidade populacional e primeira economia do continente africano que conta com 69 milhões de eleitores, embora possua mais de 173 milhões de habitantes. Além de ter escolhido o presidente, a nação também elegeu 109 senadores e 360 deputados que fazem parte do Parlamento.
Apesar de problemas técnicos e ataques, para observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) e da União Africana, o processo eleitoral ocorreu “conforme os princípios do continente e da região” e teve caráter pacífico.
Adiamento do pleito
No início de fevereiro, o governo nigeriano anunciou que todas as bases conhecidas do Boko Haram seriam desmanteladas em até seis semanas e que as eleições gerais do país seriam adiadas de 14 de fevereiro para 28 de março sob a justificativa da possibilidade de atentados da organização islâmica.
No entanto, o país africano ficou dividido sobre as reais intenções do adiamento do pleito. Segundo o governo encabeçado por Goodluck Jonathan, as forças militares não poderiam fornecer segurança às eleições nacionais em virtude do deslocamento de todas as tropas para combater o Boko Haram, atuante principalmente na região nordeste da Nigéria.
Analistas especulam, contudo, que a proposta de adiamento por conta da ameaça da organização extremista tenha sido parte de um plano político de Jonathan para melhorar seu desempenho no pleito – o que acabou não se concretizando.
EFE
Longas filas e casos esparsos de violência marcaram corrida eleitoral nigeriana, mas observadores internacionais a elogiaram