A Argentina deu início nesta sexta-feira (17/04) a um processo judicial contra cinco companhias — entre as quais três são britânicas — envolvidas na exploração de petróleo e gás nas Malvinas.
A decisão foi anunciada pelo Secretário para Assuntos das Malvinas, Daniel Filmus, que argumentou que usará o direito internacional a seu favor contra as empresas Premier Oil, Noble Energy, Falkland Oil and Gas, Rockhopper e Edison International, reportou a Reuters.
Flickr/CC
Plataforma de perfuração de poços da petrolífera norte-americana Noble Energy que atua com outras britânicas nas Malvinas
Nas últimas semanas, o clima de tensão entre Londres e Buenos Aires tem se intensificado, após escândalos de exercícios militares e espionagens por parte de britânicos na ilha reivindicada pelos argentinos.
Por conta disso, a chancelaria britânica chegou a convocar a embaixadora da Argentina em Londres, em protesto pelas recentes declarações do governo de Buenos Aires em relação à defesa das Malvinas.
EFE
Vista da fachada da Embaixada do Reino Unido na capital argentina, Buenos Aires
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Em resposta, Buenos Aires convocou o embaixador britânico, John Freeman, para pedir explicações pelos documentos vazados pelo ex-analista da NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA) Edward Snowden que atestam que o Reino Unido espionou autoridades argentinas por anos, temendo a possibilidade de perder o controle das ilhas.
Além disso, no fim de março, Londres anunciou investimento de US$ 268 milhões em infraestrutura militar no território que é exigido historicamente pelos sul-americanos.
Desde 1833, o governo britânico administra e ocupa as Malvinas — conhecidas na Inglaterra como ilhas Falkland — e rejeita apelos da Argentina e da comunidade internacional para abrir negociações a respeito da soberania da ilha.
Em 1982, houve uma guerra pela retomada do território. Após 70 dias de conflito, mais de 900 pessoas morreram e a Argentina saiu perdedora. A tensão ganhou novo fôlego em 2010, quando os britânicos descobriram uma grande reserva de gás e de petróleo offshore, que poderia render bilhões de dólares.
EFE
Memorial em Buenos Aires dos combatentes argentinos que atuaram na guerra das Malvinas