O líder da oposição da Índia, Rahul Gandhi, está à frente de uma manifestação em Nova Déli neste domingo (19/04) contra um projeto de lei que críticos alegam que facilitaria a aquisição de terrenos para grandes corporações e privaria o acesso de agricultores mais pobres para subsistência.
EFE
Fazendeiros e agricultores saíram da zona rural para expressar descontentamento na capital indiana
O responsável pela legislação é o primeiro-ministro indiano, Nadrendra Modi, que alega que é necessário melhorar a eficiência nas compras de terras por fábricas e companhias para elaboração de projetos de desenvolvimento econômico.
Espera-se que na próxima segunda (20/04) o Parlamento avance na aprovação do texto. Por conta disso, ao menos 100 mil fazendeiros se deslocaram das áreas rurais do norte do país para tomar as ruas da capital, com o intuito de pressionar o governo.
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Modi acusa a oposição de manipular os agricultores e negou que seu governo, conhecido pelo caráter conservador, seja “anti-pobre”. “Este é um governo para os pobres. Estamos dedicados aos pobres”, afirmou o premiê em uma reunião de legisladores de sua legenda, o Partido do Povo Indiano (BJP, na sigla local).
De acordo com as companhias, a atual legislação cria barreiras com exigências burocráticas que impedem a realização de uma série de projetos. Com o projeto de lei, o governo estaria apto a defender interesses das empresas como um catalisador para o crescimento econômico.
Em entrevista à Al Jazeera, Harsh Mandar, analista em questões de direitos humanos na Índia, afirmou que o novo texto poderia produzir um crescimento financeiro notável, mas destacou que recentes períodos de economia em alta no país não se traduziram em um aumento de postos de trabalhos. Aos seus olhos, o governo de Modi é “ideologicamente empenhado em qualquer coisa que seja boa para o fundamentalismo de mercado e para grandes negócios”.