O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se reúne nesta terça-feira (21/04) com a equipe de negociação de seu governo para tratar do estabelecimento de um cronograma para os diálogos de paz com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O 35º ciclo dos diálogos de paz entre o governo colombiano e as FARC, que já duram dois anos e meio, foi encerrado neste domingo (19/04) em Havana. Segundo a Telesur, Santos escutará as conclusões da comissão que participou das reuniões na capital cubana com o objetivo de elaborar um plano para acelerar os diálogos e fixar um prazo para o acordo com a guerrilha.
Agência Efe
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, na última quarta-feira (15/04)
Entre as medidas para agilizar os diálogos com as FARC, o governo Santos estaria estudando a proposição de uma lei que dê plenos poderes ao presidente para tomar decisões sobre os acordos de paz. Segundo a imprensa colombiana, a ideia seria passar a proposta pelo Congresso nos próximos dois meses e convocar um referendo para outubro, durante as eleições regionais, em que a população decidiria se o presidente deve ter poderes especiais por tempo determinado para agilizar as negociações com a guerrilha.
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Agência Efe
Humberto de la Calle, chefe dos negociadores do governo colombiano, em pronunciamento no domingo
Na última quarta-feira (15/04), um ataque do grupo guerrilheiro na região de Cauca, sudoeste do país, deixou 11 militares mortos. Na ocasião, Santos retirou a ordem que suspendia os bombardeios aéreos contra as FARC.
O líder guerrilheiro Félix Antonio Muñoz, conhecido como “Pastor Alape”, afirmou em Havana que os enfrentamentos da última quarta-feira foram causados pela “incoerência” do governo colombiano, “que está ordenando operações militares contra uma guerrilha em trégua”.
O chefe dos negociadores do governo colombiano, Humberto de la Calle, destacou no domingo a necessidade de que um novo cessar-fogo bilateral seja “sério, verificado e com garantias”. “Um cessar-fogo deve oferecer garantias ao povo colombiano e às FARC, e isso requer um forte aparato de verificação. Avançamos muito, mas não é sob a pressão dos ataques que vamos chegar ao fim do conflito”, declarou.
Já as FARC reafirmaram ontem em Havana que manterão sua trégua unilateral, a menos que sejam assediadas pelo Exército colombiano, e chamaram as duas partes a persistir no processo de paz. “Essas negociações não se podem interromper por nenhum motivo”, disse à imprensa o chefe-negociador das FARC, Iván Márquez, que classificou as mortes dos militares em Cauca como “uma enorme tragédia”. Ele afirmou que vão reconstituir o acontecido para saber o que, por que e como ocorreu.