Atualizada às 09h50
A polícia do Texas matou na noite de domingo (03/05) dois atiradores que abriram fogo em uma mostra de caricaturas do profeta Maomé na cidade norte-americana de Garland.
EFE
Após disparos, polícia faz ronda em Curtis Culwell Center, local que recebeu polêmica exposição
Segundo as autoridades texanas, dois homens – cujas identidades não foram reveladas – chegaram ao local de carro no fim do evento e começaram a disparar. Na troca de tiros, pelo menos um policial ficou ferido.
Organizada pelo grupo anti-islâmico e de extrema-direita AFDI (American Freedom Defense Initiative), a exposição promovia um concurso de caricaturas de Maomé, como forma de provocação à comunidade muçulmana local. Com 350 trabalhos inscritos e mais de 200 pessoas no local, o evento pretendia premiar um vencedor com uma gratificação de US$ 10 mil.
Segundo a NBC, a presidente da AFDI se chama Pamela Geller e também é líder de uma organização chamada Stop Islamization of America. As duas entidades são classificadas como “grupos de propagação de ódio” por muitas ONGs norte-americanas. “Os jihadistas islâmicos estão preparados para suprimir nossa liberdade com um discurso violento”, afirmou Geller à CNN.
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Meses atrás, Curtis Culwell Center – o local que sediou a mostra – havia sido utilizado para uma conferência islâmica que debatia questões de honra e respeito em relação ao profeta.
Ontem, o governador do Texas, Greg Abbott, lançou um comunicado em que caracterizava o incidente como “insensível”, afirmando que as autoridades estão “investigando ativamente o caso”. Já Bilial Rana, presidente da filial norte-americana da entidade islâmica Ahmadiyya Muslim Youth Association, expressou “choque e horror” diante do ataque.
Entre os convidados a discursar na exposição estava o político de extrema-direita holandês Geert Wilders, conhecido por declarações xenófobas e anti-islâmicas nos Países Baixos. Após o ataque, Wilders postou no Twitter uma selfie com a polícia especializada norte-americana SWAT. “Graças a Deus os heróis da equipe SWAT evitaram o pior”, tuitou.
Em janeiro, um ataque contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, que há anos era criticado por muçulmanos por fazer charges do profeta, resultou na morte de ao menos 12 pessoas em Paris. Para muçulmanos, a tentativa de retrato de Maomé é vista como uma difamação pública racial e religiosa.
Picture taken just before #garlandshooting . Thank God the heroes of SWAT-team prevented the worst. pic.twitter.com/BBaQNJir9b
— Geert Wilders (@geertwilderspvv) 4 maio 2015