Em sua rádio oficial, o Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira (05/05) a autoria do atentado realizado no último domingo (03/05) contra um concurso de charges do profeta Maomé na cidade norte-americana de Garland, situada no Texas. Segundo o grupo extremista sunita, “dois soldados do califado” foram responsáveis pelo incidente e novos ataques devem acontecer no país.
Efe
FBI faz investigação de tiroteio no Texas que resultou na morte dos dois autores do atentado
“Futuros ataques serão mais duros e piores. Os soldados do Estado Islâmico vão causar dor em vocês pela graça de Alá. O futuro está logo na esquina”, afirmou a organização terrorista em um boletim informativo em seu programa de rádio pela internet, o Al Bayan, segundo a CNN.
Trata-se do primeiro ataque em solo norte-americano que o Estado Islâmico assume a autoria. A polícia identificou os autores do ataque como Elton Simpson e Nadir Soofi, de 30 e 34 anos, respectivamente, ambos residentes no Arizona e mortos pelos agentes durante uma troca de tiros no local.
No último domingo, os dois homens abriram fogo em uma mostra de caricaturas de Maomé que acontecia em Curtis Culwell Center, em Garland. Organizada pelo grupo anti-islâmico e de extrema-direita AFDI (American Freedom Defense Initiative), a exposição promovia um concurso de caricaturas do profeta, como forma de provocação à comunidade muçulmana local.
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Com 350 trabalhos inscritos e mais de 200 pessoas no local, o evento pretendia premiar um vencedor com uma gratificação de US$ 10 mil. Para o Estado Islâmico, a mostra ensinava “charges negativas de Maomé”.
Segundo a NBC, a presidente da AFDI se chama Pamela Geller e também é líder de uma organização chamada Stop Islamization of America. As duas entidades são classificadas como “grupos de propagação de ódio” por muitas ONGs norte-americanas.
Em janeiro, um ataque contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, que há anos era criticado pela comunidade islâmica por fazer charges do profeta, resultou na morte de 12 pessoas em Paris. Na ocasião, o atentado foi reivindicado pela Al Qaeda da Península Arábica. Para muçulmanos, a tentativa de retrato de Maomé é vista como uma difamação pública religiosa.