Cientistas da Universidade de Manchester descobriram que cerca de um terço de mais de 800 múmias de animais do antigo Egito em análise estão vazias por dentro, reportou a BBC nesta segunda-feira (11/05).
Divulgação/ManchesterMuseum
Uma múmia de gato do Egito antigo à esquerda e oraio-x atual, revelando seu esqueleto no interior
No processo, os pesquisadores usaram máquinas de raio-x para um projeto de digitalização do material que continha cadáveres conservados desde gatos até crocodilos. A falta de muitos restos animais surpreendeu os especialistas.
“Nós sempre soubemos que nem todos os animais mumificados contém o que esperávamos”, afirmou a egiptologista Lidija McKnight. “Mas houve algumas surpresas”, admitiu ao veículo britânico.
Ao contrário de múmias humanas, que foram elaboradas para preservar o corpo após a morte, as múmias animais serviam de oferenda religiosa. “Hoje você acende uma vela na catedral; no Egito antigo, você oferecia uma múmia animal”, explica Dr. Campbell Price, curador do departamento do Egito e do Sudão do Museu de Manchester.
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Em diversos casos, o interior das tumbas foi preenchido com outros componentes orgânicos, muitos deles conectados com o significado do animal para o processo de mumificação, como barro, pedaços de paus, cascas de ovos e penas.
Para os investigadores, uma explicação para a falta de cadáveres embalsamados poderia ser o enorme apetite da população por essas oferendas religiosas, de modo que a demanda pelas múmias teria superado a oferta.
Segundo Dr. Price, o processo de criação e de abate de animais no Egito era semelhante à escala industrial e que mais de 70 milhões de animais teriam sido mumificados pelos egípcios.
We think our #mummifiedcats are genuine @McrMuseum, but we could be in de Nile… http://t.co/JqCDy69esF @c_m1lly pic.twitter.com/bY59r679jH
— Mathew Lowe (@MigratoryMatt) 11 maio 2015