Nas últimas 24 horas, ao menos 4.243 imigrantes que tentavam chegar à Europa foram resgatados em embarcações no Canal da Sicília, que separa o norte da África do sul da Itália, anunciou neste sábado (30/05) a Guarda Costeira italiana.
EFE
Foto cedida pelo ministério da Defesa do Reino Unido nesta semana mostra centenas de pessoas em travessia pelo Mediterrâneo
Trata-se de um dos mais intensos dias registrados de tráfego de imigrantes em 2015. Para resgatar essas pessoas, foram necessárias 22 operações que envolveram Itália, Irlanda, Alemanha, Bélgica e Grã-Bretanha.
Ontem, a Marinha italiana recuperou 17 cadáveres que estavam em uma embarcação clandestina superlotada na costa da Líbia. Segundo a agência de notícias Ansa, ela foi interceptada pelo navio Fenice, após um pedido de socorro feito por uma ligação via satélite. No processo, foram resgatados com vida outros 217 imigrantes, que em seguida foram interrogados para esclarecer a causa das mortes.
Mediterrêneo: a rota da morte
O Mar Mediterrâneo é uma das principais portas de entrada para o continente europeu e também uma das mais perigosas. Diariamente, barcos com imigrantes sofrem naufrágios e acidentes, provocando a morte de dezenas de pessoas.
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Há uma série de rotas para se percorrer pelo Mediterrâneo. Uma das mais conhecidas é no Norte da África, pelos enclaves espanhóis de Ceuta e Melila ou pelo Canal da Sicília e pela ilha de Lampedusa, na Itália. Outro caminho tradicional percorre fronteiras de países como Grécia, Turquia e Bulgária.
Na tentativa de chegar a um país mais desenvolvido e fugindo de situações de guerra, perseguições e pobreza, morrem pelo menos oito imigrantes por dia, de acordo com o relatório “Viagens letais” divulgado no fim de 2014 pela OIM (Organização Internacional de Migrações). A maior parte destes é proveniente da África e do Oriente Médio, com a Síria, Líbia e Eritréia.
Em 2014, duas a cada três mortes em rotas de migração registradas pela IOM ocorreram na região do Mediterrâneo, totalizando 3.279 mortos. Comparativamente, a segunda rota mais perigosa, o Golfo de Bengala, na Ásia, vitimou 540 migrantes.