Duas explosões deixaram pelo menos dois mortos e cem feridos nesta sexta-feira (05/06) durante um comício do partido opositor e pró-curdo Partido Democrático do Povo (HDP) na cidade de Diyarbakir, a cerca de 1.000 km ao sudeste da capital Ancara. As eleições gerais no país acontecem no próximo domingo (07/06).
Fotos: Agência Efe
Comício em Diyarbakir, momentos antes da explosão: incidente deixou mortos e feridos
Segundo as autoridades do país, não se sabe se as explosões foram causadas por uma bomba ou pela explosão de um transformador, mas o ministro turco de Energia, Taner Yildiz, diz que é “muito óbvio” que o equipamento não foi a origem. “Inspecionamos o transformador e é muito óbvio que a explosão aconteceu fora, não dentro, porque a porta está danificada a partir de fora; além disso não apresenta danos internos”, afirmou.
As explosões aconteceram às 13h55 (7h55 em Brasília) na praça onde estava havendo o comício, pouco antes do discurso do presidente do HDP, Selahattin Demirtas.
Após o incidente, o canal de televisão curdo Med-Nuçe gravou o início de confrontos entre simpatizantes do HDP e a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo, mas os distúrbios não se generalizaram.
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“O HDP não cairá nesta armadilha. Nenhum partido é nosso inimigo. Apesar de todas as provocações, aconteça o que acontecer, manteremos a disciplina até o final das eleições. Nunca os deixaremos vencer pela fúria”, disse Demirtas. Durante a campanha eleitoral, o HDP foi alvo de dezenas de ataques.
Turquia vota
A Turquia vai às urnas neste domingo para eleger o novo parlamento. O partido do presidente Recep Erdoğan e do primeiro-ministro Ahmet Davutoğlu, o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento) tem cerca de 40% das intenções de voto. O Partido Republicano do Povo, de centro-esquerda e de oposição aos dois líderes do país, tem cerca de 30%.
Se partido de Erdoğan conseguir maioria neste domingo, presidente deve tentar alterar constituição
A eventual formação de uma maioria do AKP no parlamento poderá servir para o plano de Erdoğan de alterar a constituição e tornar o país presidencialista – atualmente, o presidente tem função meramente simbólica, e o primeiro-ministro é efetivamente o chefe de governo.
Por sua vez, o HDP tenta, pela primeira vez, superar os 10% da cláusula de barreira – partidos abaixo desse total não conseguem representação parlamentar. Uma entrada dos pró-curdos no Congresso pode atrapalhar os planos do AKP de formação de maioria.