A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) condenou nesta sexta-feira (12/06) os ataques aéreos da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita na capital do Iêmen, Sanaa.
Há poucas horas, os bombardeios atingiram a cidade velha da principal cidade do país, patrimônio histórico da Unesco, que a define como “uma das mais antigas joias da cultura islâmicas”.
Além de destruir diversos edifícios históricos e casas de famílias, a ofensiva deixou ao menos seis civis mortos e dezenas de feridos.
“Estou profundamente angustiado com a perda de vidas humanas, bem como pelo dano infligido em uma das joias mais antigas do mundo de paisagem urbana islâmica”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em comunicado.
“Esta destruição só irá agravar a situação humanitária e reitero o meu apelo a todas as partes para respeitar e proteger o patrimônio cultural do Iêmen. Essa herança tem a alma do povo iemenita, é um símbolo de uma história milenar de conhecimento e que pertence a toda a humanidade”, acrescentou.
Desde o início da escalada de tensão no Iêmen, no fim do ano passado, diversas casas, monumentos, museus e campos arqueológicos dentro da cidade velha de Sanaa foram destruídos e reduzidos a escombros. Para a Unesco, o valor histórico e a rica memória dessa região sofreram “danos irreparáveis”.
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Os ataques aéreos sauditas tiveram início no dia 26 de março e foram impulsionados após o chanceler iemenita, Riad Yassin, pedir uma intervenção militar aos países árabes para conter o avanço do movimento xiita Houthi.
Desde o início do ano, o grupo opositor passou a controlar Sanaa, além de vários pontos estratégicos do território nacional, inclusive os palácios presidenciais. Atualmente, o presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, está refugiado em Riad, capital saudita.
Composta ainda por países como Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein e Egito, a coalizão foi responsável pela morte de centenas de civis durante a ofensiva – fato que é duramente criticado por grupos de direitos humanos e pela ONU (Organização das Nações Unidas). Mais de 80% dos civis é dependente de assistência humanitária no país.
EFE
População iemenita observa escombros de centro histórico de Sanaa após explosões nesta manhã