Atualizada às 13h11
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (01/07) que o seu país concordou em reestabelecer formalmente relações diplomáticas com Cuba. “Isso é um passo histórico para um novo capítulo com nossos vizinhos na América”, afirmou. “Nós somos vizinhos e agora podemos ser amigos”, acrescentou.
A declaração vem momentos depois de a chancelaria cubana revelar que Havana e Washington iriam reabrir as embaixadas nas respectivas capitais a partir de 20 de julho, após mais de 50 anos.
Reprodução
Obama — ao lado de seu vice, Joe Biden — faz pronunciamento na Casa Branca após retomada de relações diplomáticas
Segundo Obama, a decisão significa que os EUA “não precisam mais estar presos ao passado” e que ela não é meramente simbólica.“Com essa mudança, nós estaremos em maior contato com o povo cubano. Nós teremos mais funcionários na embaixada e nossos diplomatas poderão se engajar mais ao redor da ilha com o governo e a sociedade civil”, explicou, acrescentando que os dois países debaterão mais sobre assuntos em comum, como contraterrorismo, resposta a desastres e desenvolvimento.
Em Viena para debater o acordo nuclear com Teerã, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, falou que a abertura das embaixadas é uma forma de reconhecer a realidade da mudança das circunstâncias, um quarto de século depois do fim da Guerra Fria. Segundo Obama, o chefe da diplomacia será o responsável por reerguer a bandeira norte-americana na ilha no fim do mês.
“Esse momento aconteceu, pois o presidente Obama fez uma decisão pessoal e fundamental de mudar uma política que não funciona e não funcionou por muito tempo. Eu acredito que isso demonstre liderança. E eu admiro essa liderança. O presidente Castro também concordou que era hora de mudanças”, afirmou Kerry.
EFE
Ministro interino de Relações Exteriores cubano, Marcelino Medina, com Jeffrey DeLaurentis, chefe de Interesses dos EUA em Havana
NULL
NULL
Obama também recorda que essa colaboração depende do Congresso norte-americano que, de acordo com o mandatário, deve ouvir o povo cubano e o povo norte-americano, discutindo o fim do embargo econômico contra a ilha para retomar os negócios e estimular a economia do país.
Durante o pronunciamento, o líder dos EUA citou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, com quem ele se encontrou no dia anterior.”Líderes em toda América expressaram seu apoio a esta política. Vocês ouviram o que disse a presidente brasileira Dilma Rousseff sobre isso ontem”, afirmou.
A reabertura de embaixadas é um dos passos fundamentais para a normalização das relações bilaterais, desde o histórico anúncio da reaproximação entre as duas nações, em 17 de dezembro de 2014.
As sedes diplomáticas dos dois países estavam fechadas desde 1961.
Em 29 de maio de 2015, os EUA retiraram oficialmente a ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo, uma demanda de longa data do governo cubano. A manutenção no rol legitimava a imposição de sanções, como a proibição da venda e exportação de armas, e impedia que o país tivesse acesso aos recursos do Banco Mundial e de outros órgãos internacionais.