O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, comentou neste sábado (04/07) sobre o vazamento feito por seu site de uma lista de membros do governo da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que foram espionados pela NSA (Agência Nacional de Segurança norte-americana).
Para Assange, a publicação de hoje mostra que os EUA “têm um longo caminho a percorrer para provar que a vigilância aos governos 'amigos' terminou”.
EFE/arquivo
Assange está há 3 anos na embaixada do Equador em Londres para evitar extradição aos EUA, onde ele pode ser condenado por vazar documentos
“Se a presidente Dilma quer ver mais investimento norte-americano no Brasil como resultado de sua recente viagem, como então poderá garantir às empresas brasileiras que os seus colegas norte-americanos não terão vantagem proporcionada por esta vigilância?”, questionou Assange.
Em nota, o jornalista australiano asilado na embaixada equatoriana de Londres acrescenta ainda que a mandatária brasileira terá dificuldades para “realmente garantir que a espionagem terminou de fato – não apenas contra ela, mas contra todas as questões referentes ao Brasil”.
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Entenda o caso
Nesta manhã, o WikiLeaks vazou uma lista composta por 29 membros da equipe da presidência que tiveram seus telefones e outros aparelhos de comunicação grampeados pela NSA entre o fim de 2010 e 2011.
Na lista, constam nomes como o do ex-chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, o do ex-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o do então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento.
Além disso, o documento também inclui nomes de importantes membros da equipe econômica da mandatária, bem como de representantes da diplomacia brasileira, entre eles, os embaixadores brasileiros em capitais como Berlim, Paris, Bruxelas e Washington.
A revelação vem poucos dias após Dilma viajar aos EUA, onde se encontrou o presidente do país, Barack Obama. Na ocasião, o líder norte-americano afirmou que “não há relações sem desentendimentos”, aludindo ao cancelamento da viagem da mandatária, dois anos atrás, depois das revelações de Edward Snowden de que ela havia sido espionada pela NSA.
EFE
Dilma cumprimenta Obama em encontro para fechar acordos em Washington D.C na semana passada