Com a renúncia de Yanis Varoufakis ao cargo de ministro das Finanças da Grécia na manhã desta segunda-feira (06/07), o governo heleno anunciou a nomeação de Euclidis Tsakalotos para chefiar o ministério. Porta-voz da economia, ele foi coordenador da equipe grega nas negociações com os credores europeus e foi o número 2 das Relações Exteriores do país, cargo que deixa ao assumir a pasta das Finanças.
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Apesar de ser membro do comitê central do Syriza desde 2004, a indicação de Tsakalotos é tida como uma tentativa de agradar os credores, já que é considerado favorável à permanência da Grécia na zona do euro. Acredita-se ainda que ele seja o mais indicado para comunicar possíveis concessões aos deputados mais radicais do partido.
Tido como uma figura mais moderada e diplomática dentro do partido governista de esquerda Syriza, Tsakalotos já havia substituído Varoufakis à frente da primeira linha de diálogo com os sócios europeus em Bruxelas. Essa medida de reformulação da delegação grega foi anunciada em abril pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras.
Conhecido por suas desavenças com os líderes de instituições financeiras internacionais, Varoufakis explicou que, logo após o anúncio da vitória do “não” no referendo de domingo (05/07), ele ficou sabendo que alguns participantes do Eurogrupo tinham “certa preferência” de sua “ausência” nas reuniões. Seu dever seria, então, “facilitar” essas negociações para o premiê.
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Nascido em 1960 em Roterdã (Holanda), Tsakalotos morou com a sua família durante muitos anos em Londres. Filho de engenheiro civil, ele frequentou o tradicional colégio de elite St. Paul’s. Na Inglaterra, ele estudou Economia, Política e Filosofia em Oxford, período em que se assumiu de esquerda e se uniu à juventude comunista da Grécia.
Em 1989, Tsakalotos doutorou-se em Economia em Oxford e, durante anos, foi professor nas universidades de Kent e de Atenas. Casado com a economista britânica Heather D. Gibson, ele se dedicou a escrever ao menos seis livros sobre a disciplina. A dedicação à carreira acadêmica duraria até 2012, quando foi eleito deputado pelo Syriza.