A manifestação realizada nesta quarta-feira (19/08) no Equador por cerca de 200 indígenas deixou pelo menos oito policiais feridos. “Chegaram armados com lanças, varas de aço, facas e armas cortantes para atacar diretamente o cordão policial, provocando ferimentos e contusões nos uniformizados”, disse o Ministério do Interior em nota.
Os policiais foram atacados por indígenas da etnia Achuar nos arredores de uma instituição pública na cidade amazônica de Macas, no sudeste do Equador, a 240 quilômetros de Quito.
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Reprodução/ Twitter
Imagem mostra momento da agressão
De acordo com o jornal El Comercio, os prédios do governo, da prefeitura, do município, do Ministério da Habitação e da Direção de Educação seguem cercados pelos manifestantes. Eles também bloqueiam várias estradas.
Devido à situação, foram enviados contingentes militares para a região e o número de manifestantes no local é crescente, segundo o relato do periódico.
Os indígenas pedem a suspensão da licença ambiental que impede a construção de uma estrada, a saída do governador dessa região, além da não aprovação da emenda constitucional que prevê reeleição indefinida das autoridades.
De acordo com o vice-ministro do Interior, Diego Fuentes, os atos violentos dos últimos dias se registraram, em nível nacional, 104 policiais feridos durante os protestos de grupos opostos ao governo do presidente Rafael Correa. Do lado dos manifestantes, foram registrados 35 feridos.
Veja o vídeo:
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Segundo Fuentes, até o momento foram efetuadas 102 detenções e não se descarta o “início de julgamentos penais contra pessoas que estejam incentivando os manifestantes a agredir outros cidadãos que vestem o uniforme policial”.
Protestos
Desde o dia 13 de agosto o Equador enfrenta uma série de protestos convocados pela FUT (Frente Unitária dos Trabalhadores) e da Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador).
As mobilizações ocorrem em todo o país, onde pessoas bloqueiam estradas, tentam paralisar a produção de petróleo e têm pautas diversas, agregando desde a rejeição à reforma constitucional impulsionada pelo governo para aprovar a reeleição indefinida, até os projetos de lei que previam taxar grandes heranças e acabar com a especulação imobiliária.
Agência Efe
Indígenas estão mobilizados desde o começo de agosto e realizam marchas pelo país