Autoridades da Hungria permitiram nesta segunda-feira (31/08) que centenas de refugiados que se concentravam na estação Keleti, a principal de Budapeste, entrassem em trens para a Alemanha e a Áustria, após um final de semana de bloqueios da polícia. Os dois países reforçaram os controles de fronteira.
Segundo o portal de notícias húngaro Origo, citada pela Agência Efe, os policiais que monitoravam a estação deixaram de vigiar o local e pelo menos 300 refugiados tentaram comprar bilhetes para trens para os territórios alemão e austríaco. De acordo com a agência APA, da Áustria, a chanceler alemã, Angela Merkel, conversou com o premiê húngaro Viktor Orbán, mas não se sabe se a liberação da estação foi acertada entre os dois.
Fotos: Agência Efe
Refugiados concentrados na estação Keleti, em Budapeste
O destino da maioria dos refugiados que pegaram os trens é Viena. Um dos comboios que ia até a cidade de Munique, na Alemanha, foi interceptado pela polícia e os passageiros foram obrigados a descer e pegar um trem regional – mais lento e de menor capacidade – para a capital austríaca.
Os refugiados que tentam receber asilo na Alemanha ou outros países serão registrados apenas com o nome, sem impressões digitais, e obterão uma permissão para seguir viagem rumo ao destino que desejam, afirmou o porta-voz da polícia austríaca, Roman Hahslinger Hahslinger. O mesmo procedimento será realizado com outros trens que devem partir de Budapeste pela tarde.
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Reforço na fronteira austro-húngara causou congestionamento do lado da Hungria
Após a liberação, autoridades da Áustria e do estado federado da Baviera, na Alemanha, reforçaram “dramaticamente” o controle fronteiriço, segundo o jornal alemão Süddeutsche. Na fronteira austro-húngara, um engarrafamento de mais de 20 km se formou do lado da Hungria por conta das novas medidas.
Plano franco-alemão
Merkel afirmou nesta segunda que Berlim e Paris vão apresentar nos próximos dias um plano para a União Europeia contendo a distribuição de ‘cotas’ de refugiados pelos países do bloco.
Essa proposta é aventada desde o início do aumento do número de pessoas tentando chegar à Europa vindos de regiões de conflito, como Síria, Líbia e Afeganistão.
“A Europa em seu conjunto deve se movimentar”, afirmou a chanceler alemã. Para Merkel, se a EU fracassar na situação com os refugiados, o bloco corre o risco de “romper o vínculo” que a une aos “direitos humanos universais”.
Policial monitora sírios na estação central de trens de Munique, na Alemanha
Bulgária
A Bulgária foi outro país que reforçou o controle das fronteiras: Sófia mobilizou policiais e até o exército para controlar a entrada de refugiados vindos de Turquia, Grécia e Macedônia.
De acordo com testemunhas ouvidas pela Agência Efe, no ponto fronteiriço de Gyueshevo, 75 km a oeste de Sófia, o exército aumentou a segurança com veículos Hummer e soldados armados com fuzis automáticos AK47.
Vindos de países como Síria, Líbia, Afeganistão, Eritreia e outros, esses refugiados tentam atravessar o continente europeu e, normalmente, têm como destino Alemanha, Suécia ou Inglaterra. A entrada de pessoas sem documentação tem subido a níveis recordes nos últimos dias: somente entre sexta-feira e sábado, a Hungria interceptou 8.792 refugiados, apesar de ter sido concluída a construção de uma cerca na fronteira com a Sérvia, destinada a conter a imigração.
Mapa mostra caminho feito por refugiados a partir da Grécia para Hungria