Atualizada às 13h17
Durante reunião extraordinária da OEA (Organização dos Estados Americanos), realizada em Washington, o órgão rejeitou o pedido da Colômbia para que fosse convocado, o mais rápido possível, um encontro entre os chanceleres dos 34 países-membros do fórum. O objetivo é discutir a crise na fronteira entre Colômbia e Venezuela, onde, desde a semana passada, está em vigor um estado de exceção constitucional do lado venezuelano.
A diplomacia colombiana ficou a um voto de conseguir os 18 necessários para a convocação de uma reunião especial. Reunido nesta segunda-feira (31/08), o Conselho Permanente da OEA rejeitou a proposta por 17 votos a favor, 5 contra, 11 abstenções e 1 ausência — o embaixador brasileiro na OEA, José Luiz Machado e Costa, votou contra a medida, manifestando opinião de que o Brasil é favorável a que os dois países negociem bilateralmente.
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Mais cedo, antes da votação, os embaixadores de Venezuela, Roy Chaderton, e Colômbia, Andrés González Díaz, debateram a questão e expuseram os pontos de vista.
Em um discurso emotivo, Díaz criticou a política venezuelana por violar os direitos dos colombianos “deportados somente por não ter documentos”. “Invadir as casas, tirá-los à força, separar as famílias, não deixá-los tirar seus próprios bens e marcar as casas. Marcar as casas para depois derrubá-las. Por Deus!”
Já Chaderton afirmou que na Venezuela vivem 5,5 milhões de colombianos “deportados” do país vizinho “durante os últimos 60 anos fugindo da pobreza, guerra, terrorismo, desemprego e insegurança” e ressaltou que os cidadãos do país vizinho contam com respaldo e acesso a programas sociais. Em resposta a Díaz, afirmou que as casas demolidas funcionavam como centros de prostituição e cativeiro para pessoas sequestradas.
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Sem dados precisos, a Colômbia fala que mais de mil cidadãos foram deportados e outros 7.162 deixaram a Venezuela voluntariamente. Já o governador de Táchira, estado na divisa da Venezuela com a Colômbia, José Vielma Mora, 800 colombianos foram “devolvidos” e disse não haver deportação e sim devolução: “essa palavra, deportação, é contrária ao nosso sentimento socialista e humanitário”.
Unasul
A reunião de chanceleres da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) para abordar a crise fronteiriça entre Venezuela e Colômbia, que em princípio aconteceria nesta quinta-feira (03/09) em Quito, foi adiada e possivelmente remarcada para 8 de setembro, informou nesta segunda-feira o chanceler equatoriano interino, Xavier Lasso.
Em declarações ao portal de internet Ecuadorinmediato, Lasso afirmou que a viagem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e uma comitiva de seu governo a Vietnã e China provocou o adiamento da reunião em Quito, onde se encontra a sede da Secretaria-Geral da Unasul.
Lasso assinalou que “é impossível” que a reunião seja realizada nesta quinta-feira pela ausência de uma das partes em conflito e acrescentou que a data de 8 de setembro surge como provável após uma proposta feita pelo governo venezuelano, que ainda deve ser aceita pelo Executivo de Bogotá.
A Colômbia, por meio de sua chanceler, María Ángela Holguín, afirmou que seu país não participará da reunião da Unasul se o organismo não convocar uma reunião de chanceleres esta semana para abordar a crise.
“Se esta semana não houver [a reunião da] Unasul, já não achamos que valerá a pena”, disse Holguín à emissora Blu Rádio, e destacou que a prioridade da Colômbia era informar o que está acontecendo na fronteira, e que isso já foi feito ontem na OEA.
* Com informações da Agência Efe