A Hungria terminou nesta segunda-feira (14/09) um muro de 3 metros na fronteira com a Sérvia e passou a barrar refugiados que tentam entrar no seu território. Segundo a Agência Efe, a partir de agora, nenhum refugiado poderá entrar no país.
A medida do governo do premiê Viktor Orbán vem pouco antes de entrar em vigor uma nova e restritiva lei de imigração, que vai considerar crime a entrada no país sem autorização, com pena de prisão de até três anos e/ou expulsão do país. Orbán havia declarado, em entrevista coletiva de imprensa na última sexta-feira (11/09), que “as autoridades não podem perdoar entradas clandestinas no país”.
Vários grupos de refugiados foram parados pelos agentes e enviados de volta para o lado sérvio da fronteira. Ainda de acordo com a Efe, na região da cidade de Röszke, parte deles passou a procurar um buraco na fortificação para tentar entrar em território húngaro. “Vamos acompanhar a cerca até encontrar outro buraco”, gritou um dos refugiados, enquanto outro dizia: “Isso não vai me parar. Cruzei o mar para chegar até aqui”.
Agência Efe
Militares húngaros foram enviados pelas autoridades para vigiar fronteira com a Sérvia, na cidade de Röszke
A Sérvia não faz parte da União Europeia, que é o destino principal dos refugiados. A Hungria é tida como uma das portas de entrada para os países mais ricos do bloco.
A polícia húngara chegou a montar uma barreira humana com agentes de segurança nas proximidades de Röszke, impedindo a passagem de refugiados. Forças de segurança começaram a providenciar o fechamento de uma abertura na cerca com a Sérvia, onde existe uma ferrovia que une os dois países. No local será colocado um portão, aberto apenas para que o trem passe. Policiais e militares se encontram na chamada “zona de operações”, com o objetivo de monitorar o portão.
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Centenas de refugiados andaram pela extensão da cerca, supostamente buscando uma possível entrada. A polícia informou que eles deveriam se dirigir até o acesso oficial, a cerca de 1 quilômetro do local, e pedir asilo se desejassem, informou a TV pública húngara M1. A orientação seria válida apenas para os sírios.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 2 mil pessoas entraram nesta segunda-feira na Hungria até as 15h locais. Autoridades húngaras enviaram refugiados em ônibus e trens especiais para a fronteira com a Áustria, país que adotou uma política mais receptiva durante a atual crise humanitária.
Agência Efe
A Hungria enviou refugiados para a Áustria nesta segunda-feira, pouco antes de lei que restringe imigração entrar em vigor
(*) Com Efe