O terremoto ocorrido na noite desta quarta-feira (16/09), na região central do Chile, gerou uma situação de tensão que durou toda a madrugada, especialmente nas zonas litorâneas do país, que passaram horas sob alerta de tsunami, com algumas cidades efetivamente atingidas por ondas de mais de cinco metros de altura. O tremor teve magnitude de 8,3º na escala de richter (segundo o USGS, o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que apontou esse como o sismo mais forte registrado em 2015 até agora), e já registrou mais de cem réplicas posteriores.
Agência Efe
Tsunami arrastou carros em Coquimbó após terremoto de 8,3 graus na escala Richter
Segundo as autoridades chilenas, mais de um milhão de pessoas chegou a ser evacuada durante a noite. Elas foram mantidas em abrigos em regiões altas, devido às réplicas do tremor principal, que mantiveram o alerta vigente até as 5h30 desta quinta-feira (17/09).
Com a estabilização dos movimentos sísmicos, a tensão diminuiu, e o país começou os trabalhos de reativação dos serviços básicos nas cidades mais afetadas, principalmente na região de Illapel, epicentro do terremoto, e nos balneários de Tongoy e La Serena – capital da província onde se encontra Illapel –, atingidas por tsunamis e onde se registraram a maioria dos casos fatais.
Ainda assim, a capital do país não registrou maiores danos estruturais, apesar da morte de um idoso que sofreu um infarto durante o movimento principal. O movimento no aeroporto Arturo Merino Benítez, que chegou a ser evacuado durante a noite de quarta-feira, voltou à normalidade durante a madrugada. Os serviços de transporte, que chegaram a ser interrompidos – sobretudo o metrô – também voltaram a funcionar normalmente.
NULL
NULL
Na manhã desta quinta, as autoridades aumentaram para 10 o número de mortes registradas – três desses casos foram confirmados como de vítimas dos tsunamis, nas cidades de Tongoy e La Serena, que também registram pelo menos 12 casos de pessoas consideradas oficialmente como desaparecidas.
governo chileno iniciou, também nesta manhã, o trabalho em terreno. Às 12h15, a presidente Michelle Bachelet chegou à cidade de La Serena, a primeira das três cidades que pretende visitar, acompanhada de ministros e especialistas em sismologia da Onemi (Departamento Nacional de Emergência, segundo sua sigla em espanhol). A prioridade é a reativação dos serviços básicos e o planejamento de um processo de reconstrução, levando em conta o monitoramento permanente das réplicas.
Em declaração durante esta manhã, a presidente chilena reafirmou que apenas as regiões próximas ao epicentro e as afetadas pelo tsunami mantêm estado de catástrofe, porém, pediu aos habitantes das cidades litorâneas que “se mantenham permanentemente informados através com os meios de comunicação regionais, para o caso de que novas réplicas obriguem a repor o alerta de tsunami”, que foi retirado durante a madrugada.
Bachelet também cancelou uma série de eventos programados para este fim de semana, já que o Chile se preparava para celebrar suas festas pátrias, principal feriado do país.