A Croácia fechou na madrugada desta sexta-feira (18/09) sete das oito passagens de sua fronteira com a Sérvia, de onde vieram mais de 14 mil refugiados em dois dias, segundo dados do Ministério do Interior.
Com a decisão, Zagreb afirmou que não registrará, nem acomodará mais pessoas. Segundo o ministro do Interior, Ranko Ostojic, a capacidade de recepção está “saturada” e será uma questão de tempo” antes do país fechar todo o tráfego na fronteira”. Apesar disso, muitos conseguiram entrar em território croata, por atalhos em campos.
EFE
Refugiados aguardam em uma estação em Beli Manastir, ao noreste de Croácia, próxima à fronteira húngara
Ao contrário do governo húngaro, as autoridades croatas deram sinal verde na quarta-feira (16/09) à chegada de solicitantes de asilo, embora admitam que agora a situação esteja fugindo do controle.
“A partir de hoje começaremos a aplicar outros métodos, humanos (…) Já não podemos aceitar esse peso enquanto os outros olham para outro lado”, declarou o primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic. “Agora atuaremos de outra forma, decente, humana, mas diferente”, assegurou, mas sem entrar em detalhes acerca de outro plano, de caráter mais humanitário.
Milanovic lembrou que os refugiados não querem ficar na Croácia. para muitos, trata-se de um país de passagem, já que o destino final são países ricos da União Europeia, como Alemanha e Suécia. Para chegar a esses locais, no entanto, é preciso cruzar a Croácia para chegar à Eslovênia e, de lá, seguir rumo à Áustria.
Segundo a imprensa croata, a Eslovênia fechou a linha ferroviária com a Croácia depois que recebeu ontem um trem com o primeiro grupo de mais de 300 refugiados. Muitos foram obrigados a se dirigir de volta à Croácia.
EFE
Refugiados passam a noite acordados na fronteira croata-húngara: indefinição dos governos perante resposta à crise
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Nova cerca na Hungria
Com o desvio da rota migratória para o território croata, o primeiro-ministro húngaro, o conservador Viktor Orbán, anunciou nesta sexta que iniciou a construção de uma cerca de um metro e meio de altura ao longo de 41 quilômetros na fronteira com a Croácia.
“Devemos implementar as mesmas medidas usadas na fronteira entre Sérvia e Hungria”, declarou Orban, citado pela Reuters. Além disso, o chefe de governo revelou que, neste momento, 600 soldados trabalhavam na elaboração do novo muro, mais 500 militares serão enviados ainda nesta sexta e outros 700 chegarão ao longo do fim de semana.
EFE
Soldado húngaro começa a instalar hoje arame farpado na cidade de Sarok, na fronteira húngaro-croata
A construção da nova barragem vem quatro dias após Budapeste inaugurar uma cerca com arame farpado de 300 metros de altura e 175 quiômetros de extensão na fronteira com a Sérvia.
No início desta semana, entrou em vigor uma nova lei de imigração que considera crime a entrada de pessoas sem autorização na Hungria, com pena de prisão de até três anos e/ou até expulsão. Nos últimos dias, dezenas de refugiados foram detidos.
A medida do governo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, vai contra uma série de tratativas do direito internacional. Segundo a Declaração dos Direitos do Homem, todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal e toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.