“Os organismos financeiros internacionais devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países e não pela submissão asfixiante destes por sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência. (…) Nenhum ser humano, indivíduo ou grupo pode se considerar onipotente e autorizado a passar por cima do direito dos outros”. O discurso do papa Francisco na abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (25/09) foi marcado pela já costumaz crítica ao consumismo, à devastação ambiental, às armas nucleares e apelo em defesa dos menos favorecios.
Agência Efe
Em discurso, papa pede que medidas sejam tomadas para combater a pobreza mundial
Além de criticar órgãos internacionais financeiros e o uso indiscriminado dos recursos naturais, ele também reprovou as atitudes de governos que colocam seus interesses políticos acima do sofrimento humano, condenando “o egoísmo e sede por poder e prosperidade material sem limites”.
NULL
NULL
Francisco exigiu que medidas sejam tomadas em nome dos pobres. “Eles foram rejeitados pela sociedade, forçados a viver daquilo que foi descartado e a sofrer injustamente das consequências do abuso ao meio ambiente”, justificou.
O papa Francisco pediu ainda a “total proibição” das armas nucleares, que são uma “ameaça de destruição mútua” e constituem uma “fraude a todas as Nações Unidas”. Para ele, a existência de uma ética e um direito baseados nessa ameaça fariam, na prática, que a ONU passasse a ser as “Nações unidas pelo medo e pela deconfiança”.
O discurso do pontífice marca a celebração dos 70 anos da ONU. Sua fala foi presenciada por vários líderes mundiais, inclusive por Dilma Rousseff. Esta é a quinta vez que um papa visita a sede das Nações Unidas, a última vez foi em 2008, pelo papa Bento XVI.
Ainda nesta sexta o papa conduzirá uma missa interreligiosa no Memorial do 11 de Setembro.