Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, discutiram na noite de segunda-feira (28/09) a atual situação da guerra civil na Síria, mas discordaram sobre o papel de Bashar al-Assad no conflito.
EFE
Para Putin, reunião com Obama foi 'surpreendentemente' construtiva
O encontro bilateral ocorreu em meio à 70ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Em entrevista a jornalistas russos, Putin afirmou que as relações entre Moscou e Washington estão em “um nível bastante baixo”, mas acrescentou que a reunião foi “particularmente agradável e muito sincera”.
Segundo Putin, a reunião foi importante para entender o posicionamento dos norte-americanos em diversas questões da política externa.“Surpreendentemente, nós coincidimos em muitos pontos e opiniões. Nós também temos nossas diferenças, mas concordamos em trabalhar juntos e eu espero que esse trabalho seja construtivo”, comentou.
Ao longo do encontro, os dois líderes conversaram por mais de 90 minutos sobre compartilhamento de informações, técnicas de combate ao terrorismo e a necessidade de colocar fim ao conflito, que se arrasta há mais de quatro anos e já deixou mais de 230 mil mortos, além de 12 milhões de deslocados.
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Entretanto, eles divergem quanto à maneira de se chegar a esse objetivo. Neste mês, o Kremlin confirmou o envio de tropas e armas à Síria para fortalecer Assad e, ontem, Putin reforçou que estuda oferecer suporte adicional em terra firme para que as tropas leais ao presidente sírio possam atacar militantes do Estado Islâmico.
Para o presidente russo, os ataques aéreos dos EUA e da França contra terroristas em território sírio são ilegítimos, pois, ao contrário dos bombardeios no Iraque — que são apoiados por Bagdá — a ofensiva na Síria ocorre sem a permissão de Damasco.
Embora os EUA não considerem como destrutiva uma maior presença militar russa na Síria, Obama defende a saída de Assad do poder e os ataques aéreos das potências ocidentais no país árabe.
Em seu discurso na tarde de segunda-feira (28/09) na sede da ONU, Obama definiu Assad como “tirano” e disse que Washington está disposto a trabalhar com qualquer país, inclusive Rússia e Irã, para resolver esse conflito.
Carlos Latuff/ Opera Mundi