Os hominídeos pré-históricos possuíam uma capacidade auditiva similar à de chimpanzés e, portanto, diferente da capacidade do homem moderno, revelou uma pesquisa da Universidade de Binghamton, em Nova York, divulgada na última sexta-feira (25/09).
“Eles não ouviam tão bem quanto humanos. Mas, dentro da frequência que ouviam, eram quase super-humanos, pois conseguiam ouvir sons mais suaves que nós não conseguimos”, disse Rolf Quam, antropólogo e um dos autores da pesquisa, em nota oficial.
WikiCommons
Crânio de um Australopithecus africanus, que viveu há 3.3 milhões de anos atrás
Isto significa que os hominídeos eram menos capazes do que o homem moderno de ouvir sons a longa distância. No entanto, sua capacidade de ouvir sons a curta distância era superior às habilidades do homem atual, visto que conseguiam escutar até sons mais “suaves”, como o farfalhar de folhas.
NULL
NULL
Por meio de uma reprodução do sistema auditivo do Australopithecus africanus e do Paranthropus robustus, que viveram há aproximadamente dois milhões de anos, acredita-se que eles ouviam numa frequência entre 1.0 e 3.0kHz. Em comparação, o ser humano moderno ouve uma quantidade de frequências superior, entre 1.0 e 6.0kHz.
WikiCommons
Crânio de um Paranthropus robustus, que viveu há 1.8 milhão de anos
A descoberta abre novas possibilidades para o surgimento da linguagem na pré-história. Já foi comprovado cientificamente que os hominídeos não poderiam desenvolver uma linguagem propriamente dita, devido ao formato de suas cordas vocais.
Porém, Quam e sua equipe propuseram que a capacidade de ouvir sons a curta distância indicaria que o homem pré-histórico teria desenvolvido uma comunicação de “consonantes sem som”.
“São consoantes que são produzidas somente pelo ar que passa pelos lábios, dentes e língua; como os sons das letras ‘t’, ‘k’, ‘f’ e ‘s’. São chamados de sem som porque as cordas vocais não se movem quando eles são produzidos”, explicou Quam.