Dois estudos divulgados pela Nature Communications, na terça-feira (06/10), analisaram os pés e as mãos do Homo naledi, descoberto em 2013, e concluíram que ele possuía características similares aos do homem moderno, como ser bípede e ser capaz de fabricar ferramentas.
De acordo com a pesquisa “O pé do Homo naledi“, o hominídio era bípede e também estava adaptado tanto para subir em árvores quanto para andar sobre duas pernas. Seus pés eram, inclusive, muito mais desenvolvidos que outras partes do corpo, como ombros, crânio e pélvis.
“The foot of Homo naledi / Wits University
O formato das mãos e dos pés desse hominídeo era muito semelhante ao do homem atual
“Obviamente, ter um pé similar ao dos humanos era vantajoso para essa criatura, porque foi seu pé que perdeu as características primitivas, similares às de macacos, primeiro. Isso pode nos dizer muito sobre as pressões seletivas que essa espécie estava enfrentando”, diz a pesquisa.
Outro estudo, intitulado As mãos do Homo naledi demonstrou que esses hominídeos possuíam mãos com uma combinação única de anatomia que ainda não foi encontrada em nenhum outro fóssil do gênero. Os ossos do pulso e do polegar têm um formato semelhante aos das mãos humanas, indicando que o Homo naledi possuía força para agarrar e capacidade de utilizar ferramentas de pedra. Além disso, a curvatura de seus ossos também sugere que suas mãos eram usadas para subir em árvores.
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“As características das mãos do Homo naledi, adaptadas para o uso de ferramentas, combinadas com o pequeno tamanho de seu cérebro provoca implicações interessantes para quais requisitos cognitivos poderiam ser necessários para fazer e usar ferramentas”, consta na pesquisa.
Os fósseis do Homo naledi foram descobertos em 2013 na África do Sul. Os cientistas acreditam que a espécie tenha vivido há cerca de 2,5 milhões de anos, apesar de não ter sido datada com precisão. Eles também ainda não sabem como inserir essa forma de bipedalismo na árvore da família humana.
Segundo a Nature Communications, os pesquisadores acreditam que esta descoberta irá mudar os paradigmas da forma como se pensa e se conhece a evolução humana, principalmente em termos morfológios e anatômicos.
African Budget Safaris/FlickrCommons
Reconstrução da cabeça do Homo naledi