Atualizada às 12h24
O Comitê de Ética da Fifa suspendeu nesta quinta-feira (08/10), por 90 dias, o atual presidente da entidade, Joseph Blatter, por conta dos escândalos de corrupção que envolvem a federação. Jérôme Valcke, já afastado do cargo de secretário-geral, e o presidente da Uefa, Michel Platini (candidato ao posto de Blatter), também foram suspensos pelo mesmo período.
Agência Efe
Blatter, Valcke e Platini foram suspensos por 90 dias de seus cargos na Fifa
Além deles, outro candidato ao cargo, o sul-coreano Chung Mong-joon, foi banido do esporte por seis anos e multado em 100 mil francos suíços (cerca de R$ 401 mil).
Segundo nota no site da Fifa, os afastamentos foram realizados com “base nas investigações que estão sendo feitas pela Câmara de Investigação do Comitê de Ética”. Já no caso do cartola sul-coreano, o banimento foi provocado com base em um relatório sobre o processo de escolha as sedes das Copas do Mundo da Rússia (2018) e do Catar (2022). O relatório final apontou que Mong-joon cometeu infrações em cinco pontos do Código de Ética.
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Os afastamentos dos dirigentes podem ser prorrogados por mais 45 dias e eles não poderão participar de nenhum evento relacionado ao esporte durante esse período. Com a suspensão de Blatter, quem assume a presidência da Fifa é o camaronês Issa Hayatou – que atualmente é o presidente da Confederação Africana de Futebol. Para o lugar de Valcke, fica mantido o alemão Markus Kattner, que já atua no cargo desde 18 de setembro.
O escândalo na Fifa estourou em maio, quando sete cartolas foram presos em uma operação em conjunto dos EUA e da Suíça. Entre os detidos, está José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Valcke, por sua vez, é suspeito de ter liderado um esquema para a venda de ingressos da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.
Blatter diz estar 'inconformado'
Blatter, em comunicado divulgado por seus advogados, afirmou estar “decepcionado e inconformado” com a decisão. Segundo o agora presidente afastado da Fifa, o Comitê de Ética não seguiu os estatutos da entidade, que preveem a oportunidade de os acusados serem ouvidos. Além disso, disse que a decisão foi baseada em “um mal entendido” sobre as ações do Procurador-Geral da Suíça, que abriu uma investigação, “mas não fez denúncias” contra o presidente suspenso da entidade.
“Os promotores são obrigados por lei a descartar o caso se as investigações, de apenas duas semanas, não conseguirem suficientes evidências. O presidente Blatter confia em ter a oportunidade de apresentar provas para mostrar que não incorreu em nenhum mau comportamento, seja criminal ou de outro tipo”, conclui o comunicado divulgado pelos defensores.
(*) Com Ansa e EFE