O líder do PS (Partido Socialista) de Portugal, António Costa, declarou nesta sexta-feira (09/10) que o encontro de cerca de 3 horas com o primeiro-ministro interino, Pedro Passos Coelho, foi “inconclusivo”.
EFE
Costa (à esquerda) e Passos Coelho (à direita), em reunião nesta manhã na capital do país, Lisboa
Desde o resultado das eleições no último domingo (04/10), o conservador Passos Coelho tenta apoio do PS para formar um novo governo de centro-direita. Sua coalizão – a PàF (Portugal à Frente) – venceu o pleito, com quase 37% dos votos, mas não conseguiu obter maioria.
“O diálogo deve se assentar em função de propostas concretas e não de ideias vagas. Estamos à espera de que esta proposta surja”, explicou Costa, que confirmou que está marcada uma nova reunião para a próxima terça-feira.
“É normal que quando se têm a maior representação no parlamento, tenham a responsabilidade de dirigir o processo para criar condições de governabilidade. O quadro parlamentar atual é muito diferente do anterior, a coalizão precisa se adaptar às novas circunstâncias”, acrescentou o líder do PS.
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No início desta semana, Passos Coelho já havia afirmado que o PS é a “primeira opção” para formar governo, pois é a única que também defende sem fissuras “a filiação de Portugal à UE e à zona do euro, assim como o respeito pelas regras comunitárias de política econômica e monetária”.
Após o pleito, o Bloco de Esquerda (BE) se consolidou como a terceira força parlamentar em Portugal, com 10,2% dos votos e 19 assentos no Legislativo, seguido da Coligação Democrática Unitária (CDU) — aliança entre os partidos Comunista (PCP) e Ecologista — que obteve 8,3% dos votos e 17 cadeiras.
No poder desde 2001, a aliança conservadora precisará do apoio de outras forças para poder aprovar leis no parlamento, entre elas, o Orçamento Geral do Estado para 2016, que será o primeiro grande teste do novo governo.